Em entrevista ao comunicador Geraldo Freire, nesta sexta-feira (22), a presidente afastada Dilma Rousseff falou que continua lutando contra o seu impeachment e negou pagamento de caixa 2 a marqueteiros.
Os marqueteiros do PT Mônica Regina Cunha Moura e João Santana prestaram depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, nessa quinta-feira (21), e afirmaram ter recebido dinheiro de caixa 2 na campanha para presidência de Dilma em 2010. Sobre a informação, a presidente afastada negou. “Não me preocupo porque não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém. Procurei pagar só o valor que achava que devia”, defendeu-se. “Se houve pagamento de caixa 2 para alguém, não tenho conhecimento”, completou.
Dilma fez uma avaliação sobre a sua relação com a Câmara dos Deputados em um possível retorno. A presidente afastada disse que a Câmara sofreu uma melhoria com a saída de Eduardo Cunha. “Não é mais o nosso infeliz Eduardo Cunha, que fazia uma série de tratativas não republicanas lá dentro da câmara”, atacou.
Confira os detalhes na entrevista:
A presidente afastada mostrou confiança no novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). “Acredito que a atuação do novo presidente da Câmara seja republicana. Assim sendo, ele não pode votar contra os interesses do País”, comentou.
Dilma Rousseff foi enfática ao falar sobre sua defesa e possíveis candidaturas para outros cargos. “Eu estou lutando para permanecer na presidência da república, é o meu mandato. Na democracia é fundamental respeitar votos”, contou. “A minha postura de voltar tem a ver não só com o meu mandato, tem a ver com a defesa da democracia no País. Eu não vou discutir o ‘e se’”, disse a presidente.
Ela rebateu a afirmação que Lula fez à Rádio Jornal durante visita ao Estado de que Dilma errou ao mexer no bolso do trabalhador. “Eu não acredito que mexi no bolso do trabalhador. O que mexi foram coisas que estavam incorretas”, disse.
Sobre o processo de impeachment, que deve ser votado em agosto, Dilma voltou a afirmar que não houve crime de responsabilidade durante sua gestão. "Esse impeachment já se confirmou que é um 'não-crime" e se for concluído será um golpe à constituição", afirmou.
Ainda durante a entrevista, a presidente afastada falou sobre sua rotina e ressaltou que deve continuar lutando contra o afastamento. "Hoje eu continuo lutando para não ter o impeachment. O que me dá força é a realidade. O processo só se completa se houver votação no senado. É questão política", disse Dilma.