Um estudo inédito realizado no Recife pela Fundação Oswaldo Cruz detectou que o vírus transmissor da zika também está presente em mosquitos da espécie culex, popularmente conhecido como a muriçoca. Esse achado confirma a espécie como potencial vetor do vírus causador da doença, já que a população do culex é 20 vezes maior em ambiente urbano que o Aedes aegypit.
A análise nos pernilongos começou a ser realizada em outubro do ano passado em campo e, em janeiro deste ano, o estudo foi realizado no laboratório de pesquisa da própria fundação onde ficou comprovada a transmissão.
Oitenta amostras com dez pernilongos cada foram coletadas para análise e o resultado foi surpreendente, pois além da transmissão do vírus acontecer por meio da ingestão do sangue de uma pessoa contaminada pela doença, verificou-se também que o contágio pode acontecer por um pernilongo que nasceu de uma muriçoca infectada, o que se chama de transmissão transovariana, como explica a chefe do Departamento de Pesquisa da Fiocruz, Constância Aires.
Ainda segundo a pesquisadora, a população mais atingida é a que mora em locais precários de saneamento básico, já que essa espécie de mosquito se aloja em locais de água suja. Constância Aires também alerta sobre a importância do uso de repelentes não só durante o dia mas principalmente à noite, já que é o período em que a muriçoca mais atua.
A Fiocruz continua o trabalho de pesquisa em outras espécies de mosquitos.