SAÚDE

Avanço da caxumba em Pernambuco deixa autoridades da saúde em alerta

O tema foi destaque no Consultório do Rádio Livre desta sexta-feira (29)

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 29/07/2016 às 22:08
Foto Ilustrativa

No Consultório do Rádio Livre desta sexta-feira (29), Graça Araújo recebeu a médica infectologista Dra. Ângela Rocha, chefe do setor de infectopediatria do Hospital Oswaldo Cruz e a enfermeira Jucilda Leal, técnica de doenças exantemáticas – aquelas que têm como sintomas a presença de manchinhas vermelhas na pele, como o sarampo e a rubéola.

Em pauta, o avanço da caxumba – também conhecida como papeira - no Brasil, com ênfase para a situação de Pernambuco. Só no estado, houve 5 surtos e, atualmente, mais um possível surto está em investigação. Ao todo, 92 casos foram confirmados em três cidades: Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Ouça, na íntegra:

O que é a caxumba?

De acordo com a Dra. Ângela Rocha, trata-se de um quadro viral, que faz um processo inflamatório, sobretudo nas glândulas. As parótidas, que ficam abaixo do lobo inferior da orelha, tendem a ficar aumentadas, assim como as submandibulares, localizadas abaixo da mandíbula. O vírus também pode afetar o sistema nervoso, o pâncreas e os testículos.

A caxumba pode causar infertilidade nos homens?

É algo raro, de acordo com a infectologista. “Para causar infertilidade, ele tem que ter tido uma infecção grande nos testículos, com necrose bilateral, com a mesma intensidade”, explicou Dra. Ângela. A médica esclareceu, ainda, que é normal que haja uma diminuição na quantidade de esperma, mas a ausência total é algo bastante raro associado à doença.

No ano passado, houve surtos de caxumba em outros estados do Brasil mas, neste ano, a doença começou a ser mais notificada em Pernambuco. De acordo com Jucilda Leal, por causa desse aumento no número de pacientes infectados pela doença, a notificação deve se tornar obrigatória no estado.

Sobre o que motivou o surto, a Dra. Ângela Rocha esclareceu que a nova vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, garantiu a proteção de crianças nascidas a partir de 2004. Porém, muitas crianças nascidas antes deste período tomaram apenas a vacina contra sarampo e rubéola. Por isso, o surto vem atingindo jovens adultos e adolescentes que não manifestaram a doença na infância.