FALECIMENTO

Jornalismo brasileiro perde o pernambucano Geneton Moraes Neto

Geneton tinha 60 anos e estava internado em uma clínica no Rio de Janeiro desde o mês de julho

Da Rádio Jornal
Da Rádio Jornal
Publicado em 22/08/2016 às 19:43

Jornalista Geneton Moraes Neto morreu aos 60 anos no Rio de Janeiro. Foto: reprodução.


O jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto, falecei nesta segunda-feira (22) depois de sofrer um aneurisma da artéria aorta. Ele estava internado desde o começo de julho na Clínica São Vicente, que fica na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde recebeu doação de sangue, mas não resistiu. Nos 60 anos em que viveu, publicou mais de 10 livros e deixa a viúva Elizabeth; três filhos: Clara, Daniel e Joana; além de quatro netos: Beatriz, Dora, João Philippe e Francisco.

CARREIRA

O jornalista e escritor tinha mais de 40 anos de carreira. Começou como repórter do Diário de Pernambuco, nos anos 70, entre 1975 e 1980 trabalhou na sucursal do Estado de S. Paulo. Após um período na França, trabalhou na Rede Globo Nordeste e, em 1985, migrou para o Rio de Janeiro. Foi editor do Jornal Nacional, Jornal da Globo e Fantástico e correspondente da emissora na Inglaterra.

MEMÓRIA

Na lista, personagens históricos como os três astronautas que pisaram na Lua, o assassino de Martin Luther King e o Nobel da Paz Desmond Tutu. A relação tem ainda brasileiros como o ex-governador Miguel Arraes, o general Newton Cruz e o ex-presidente José Sarney.

Com mais de 40 anos de jornalismo, Geneton Moraes Neto publicou oito livros de reportagem e entrevistas. O pernambucano também deixa um importante legado de documentários, o mais recente sobre Glauber Rocha. O último texto escrito no site www.geneton.com.br, em dezembro do ano passado, tratava da possível queda da presidente Dilma Rousseff.

JORNALISMO

Em uma das inúmeras entrevistas que concedeu, Geneton Moraes Neto fala da questionável imparcialidade do jornalismo. “Você nunca vai ser 100% fiel a tudo. Talvez a realidade seja irreprodutível. Hoje você consegue reproduzir com alguma fidelidade, mas é claro que vai passar pelo filtro”, diz.

Em uma verdadeira declaração de amor, Geneton Moraes Neto afirma que o jornalismo tem sim uma importante função na sociedade de ontem, de hoje e de amanhã. “Fazer jornalismo é produzir memória. Às vezes a gente despreza o jornalismo. Eu falo mal do jornalismo frequentemente, mas eu sei que, no fundo, a gente está fazendo aquilo que alguém já chamou de primeiro rascunho da história. Acho que é uma função nobre o jornalismo”, garante.

DESPEDIDA

O velório está marcado para esta quarta-feira (24), das 8h às 13h, na capela 6 do Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio De Janeiro. O corpo de Geneton será cremado.

Em nota, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, afirmou que "o jornalismo brasileiro fica mais pobre com a morte de Geneton". "Nos seus 40 anos de profissão, Geneton nunca abandonou a paixão de repórter pelas boas histórias e pelos personagens que delas fazem parte. Minha sincera homenagem a esse filho de Pernambuco, mestre do jornalismo", completa a nota.