IMPEACHMENT

Por 61 a 20, Dilma Rousseff é destituída da presidência do Brasil

Senado decidiu no início da tarde desta quarta-feira pelo afastamento definitivo da agora ex-presidente Dilma Rousseff

Da Agência Brasil
Da Agência Brasil
Publicado em 31/08/2016 às 13:46
Foto: Agência Brasil

Por 61 votos a 20, o plenário do Senado decidiu, no início da tarde desta quarta-feira (31), pelo impeachment de Dilma Rousseff. Não houve abstenção e a posse de Michel Temer ocorrerá ainda hoje.

O resultado foi comemorado com aplausos por aliados do presidente interino Michel Temer, que cantaram o Hino Nacional. O resultado foi proclamado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comandou o julgamento do processo no Senado, iniciado na última quinta-feira (25).

Os senadores decidiram manter os direitos políticos de Dilma Rousseff pelos próximos oito anos. Foram 42 a 36 votos a favor da permanência dos direitos da ex-presidente.

Dilma fará uma declaração à imprensa. Senadores aliados da petista estão se dirigindo ao Palácio da Alvorada para acompanhar o pronunciamento da agora ex-presidente do Brasil.

Julgamento

A fase final de julgamento começou na última quinta-feira (25) e se arrastou até hoje com a manifestação da própria representada, além da fala de senadores, testemunhas e dos advogados das duas partes. Nesse último dia, o ministro Ricardo Lewandowski leu um relatório resumido elencando provas e os principais argumentos apresentados ao longo do processo pela acusação e defesa. Quatro senadores escolhidos por cada um dos lados – Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pela defesa, e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Ana Amélia (PP-RS), pela acusação – encaminharam a votação que ocorreu de forma nominal, em painel eletrônico.

Histórico

O processo de impeachment começou a tramitar no início de dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara dos Deputados e um dos maiores adversários políticos de Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou a peça apresentada pelos advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.

No pedido, os três autores acusaram Dilma de ter cometido crime de responsabilidade fiscal e elencaram fatos de anos anteriores, mas o processo teve andamento apenas com as denúncias relativas a 2015. Na Câmara, a admissibilidade do processo foi aprovada em abril e enviado ao Senado, onde foi analisada por uma comissão especia, onde foi aprovado relatório do senador Antonio Anastasia (PMDB-MG) a favor do afastamento definitivo da presidenta.

Entre as acusações as quais Dilma foi julgada estavam a edição de três decretos de crédito suplementares sem a autorização do Legislativo e em desacordo com a meta fiscal que vigorava na época, e as operações que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais, que tratavam-se de atrasos no repasse de recursos do Tesouro aos bancos públicos responsáveis pelo pagamento de benefícios sociais, como o Plano Safra.

Paulo Câmara

"O afastamento de dois presidentes da República, em menos de 25 anos, não é algo que devemos comemorar", diz a nota de Paulo Câmara. Em seguida, o governador do Estado afirmou que é preciso "restabelecer a confiança no futuro do nosso País, com firmeza, transparência, diálogo e muito trabalho".