ENTREVISTA

"Não me chamam de golpista, só me agradecem", diz Janaína Paschoal sobre impeachment

Jurista é co-autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff e conversou com Geraldo Freire, Wagner Gomes e Jamildo Melo no Passando a Limpo

Rádio Jornal
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Publicado em 09/09/2016 às 10:01
Foto: Reprodução


Em entrevista ao quadro Passando a Limpo desta sexta-feira (09) na Rádio Jornal, a jurista Janaína Paschoal, coautora da denúncia que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, comentou como está a rotina após a consolidação do afastamento da ex-presidente. Ela diz estar torcendo pelo novo governo e conta que não tem sido acusada de golpe. "Tirando aquele episódio no aeroporto, que eu acho que foi encomendado, as pessoas só me param pra agradecer, parabenizar e tirar selfie. Ser chamada de golpista no meu dia a dia nao existe. Essa violencia toda e hostilidade nao chegou a mim", contou.

Ouça aqui a entrevista completa:

Janaína discorda a respeito da possibilidade de Eduardo Cunha ser beneficiado no julgamento do processo de cassação dele, que começa na segunda-feira (12) na Câmara dos Deputados, com o mesmo argumento que favoreceu Dilma e fatiou a pena dela no Senado, garantindo a manutenção dos seus direitos políticos. "Eu não vejo nenhuma possibilidade disso acontecer, o processo de impeachment é muito especifico e muito diferenciado de todos os demais, ele só serve de jurisprudência para um novo processo de impeachment", explicou.

A jurista avalia que o Supremo não deve conseguir alterar nenhuma decisão do julgamento de Dilma, nem o afastamento, nem o fatiamento da pena. "O processo foi extremamente transparente. Todas as garantias de defesa foram garantidas. Até o fatiamento foi uma deferência prestada à defesa. o fatiamento aconteceu a pedido da defesa. Não vejo espaco pra o supremo mudar nem a primeira nem a segunda parte. O senado é soberano", concluiu.