AUDIÊNCIA MARCADA

Analistas afirmam que minirreforma prejudicou o debate político

O comunicador Ednaldo Santos recebeu nesta sexta-feira Carlos Neves Filho, Juliano Domingues e Gilvan Oliveira para falarem sobre minirreforma política

Rádio Jornal
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Publicado em 16/09/2016 às 18:40
Foto: Rádio Jornal

A minirreforma política foi discutida nesta sexta-feira (16) no Audiência Marcada, na Rádio Jornal. O advogado especialista em Direito Eleitoral, Carlos Neves Filho, e o doutor em Ciência Política e professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Juliano Domingues foram os convidados do comunicador Ednaldo Santos. A bancada do programa foi completada com a participação do editor de Política do Jornal do Commercio, Gilvan Oliveira.

Na visão do advogado Carlos Neves Filho as mudanças na legislação prejudicaram o direito da comunicação política. “Quanto mais debate é melhor para que o eleitor faça a sua escolha. A redução não ajuda ao debate político. Existe uma percepção equivocada que a propaganda política é coisa feia, não se deve falar”, analisou. Ele fez um paralelo com as normas aplicadas nos Estados Unidos, onde a dinâmica da pré-campanha é altamente debatida.

Quer saber mais detalhes? Ouça o Audiência Marcada na íntegra:

O professor Juliano Domingues destacou a possibilidade da existência de conseqüências não intencionais das novas regras, mas afirma que o debate político ficou tolhido. “As mudanças criaram um incentivo aos quadros já consolidados na política nacional. Como renovar a política se os novos quadros não têm tempo suficiente para aparecer?”, questionou. Segundo ele, a corrida sucessória começou com candidatos já partindo na frente referindo-se aos políticos já tradicionais.

Um dos pontos positivos da minirreforma, apontado pelos dois entrevistados, foi o limite de gastos pelos candidatos. O professor Juliano Domingues aproveitou para enfatizar que a campanha ficou menos midiatizada. “Foi importante para acabar com o sujeito fabricado em laboratório. O candidato precisa agora realizar uma interação face a face, porta a porta”, comentou.