EXCLUSIVA

"Precisamos das privatizações. O Estado não pode fazer tudo sozinho", diz presidente Michel Temer

Presidente afirmou que quer acabar com a "visão autoritária de que quem manda é o presidente". Michel Temer também se mostrou otimista para a votação da PEC dos gastos

Rádio Jornal
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Publicado em 07/10/2016 às 9:33
Foto: Beto Barata/Presidência da República


O presidente da República Michel Temer concedeu entrevista exclusiva para a Rádio Jornal nesta sexta-feira (7). Durante quase 12 minutos, Temer abordou temas como a PEC que limita os gastos da União, inclusive com as pastas de Saúde e Educação; os projetos para o Nordeste e as novas privativações, além das estratégias para recuperar a imagem do governo federal. Ouça a entrevista ao vivo:

NORDESTE

Questionado sobre ações para o desenvovlimento regional, o presidente destacou que já fez contato com os representantes dos estados e pretende direcionar esforços para a região. "Os governadores estiveram comigo contando a situação dramática que se encontram, principalmente os do Nordeste. Estamos levando isso adiante agora, vamos ter muitos outros passos levando em conta como colaborar com o Nordeste nesse ponto. Em pouco tempo você terá notícias de orgãos e empresas dessa região que vão entrar nesse projeto".

PRIVATIZAÇÕES

"Precisamos das privatizações e das PPPs porque o Estado não pode fazer tudo sozinho. Não temos preconceito", disse. O presidente ainda afirmou que é necessário fazer a distinção entre privatizações e conceções. As primeiras privatizações serão dos "ativos da União que não forem necessários", de acordo com Temer.

POPULARIDADE X COMBATE AO DESEMPREGO

Questionado sobre o fato de escalar o ministro Henrique Meirelles para falar da PEC 241 e a própria esposa, Marcela Temer, para a defesa do programa Criança Feliz, Temer disse não estar terceirizando a imagem do governo para quem tem mais popularidade. "Eu não estou terceirizando a imagem não, estou acabando com essa história de que quem manda é o presidente. O governo tem que dar espaço pra todo mundo, principalmente figuras que podem projetar o governo. Não estou preoucupado com isso. Se eu tiver 2% de popularidadade, mas os 12 milhões de desempregados estiverem empregados, eu prefiro ganhar o aplauso desses 12 milhões", alegou.

CONFIABILIDADE NA ECONOMIA

Temer destacou que um de seus focos é resgatar a confiança dos investidores no País. "Na história do Risco Brasil nos perdemos a confiança de muitos países. Tínhamos 501 pontos há 5 meses, agora nossa pontuação caiu para 350, quando atingirmos 240 pontos voltamos a ter aprovação dessas empresas", disse.

TETO DOS GASTOS PÚBLICOS

"O que estamos fazendo não é para perseguir governo anterior, pois eu tenho horror a isso, é pra mostrar como o Brasil se encontra. Ou nos recuperamos agora ou não temos salvação para 2024. As pesquisas revelam que se isso tivesse sido feito há 4 ou 5 anos atrás teríamos hoje um défcit zero", disse. O presidente se mostrou otimista para a votação na Câmara dos Deputados na próxima segunda-feira (10).

Leia também: Proposta de teto para gastos públicos segue para votação no Plenário

RELAÇÃO COM O CONGRESSO

"Temos tido um apoio extraordinário no Congresso Nacional. Até hoje não perdemos nenhum projeto parado no poder legislativo. Temos absoluta certeza que vamos conseguir aprovar a PEC. Mesmo tendo um feriado na quarta, vamos ter Quórum na segunda-feira para votar a PEC dos Gastos".