ENTREVISTA

De servidor assalariado a prefeito de município Pernambucano

Álvaro (PT) - O Liso - conta que ganhou eleição com apoio do povo e pretende cortar gastos como faz em casa, se for preciso

Rádio Jornal
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Publicado em 19/10/2016 às 9:59


Para quem acredita que dinheiro faz toda a diferença nas campanhas eleitorais, uma cidade do Agreste de Pernambuco, localizada a 158 km do Recife, prova o contrário. Em Tacaimbó, o servidor público Álvaro Alcantara Marques da Silva ganhava um salário mínimo e agora vai continuar sendo servidor, mas com uma remuneração que passa a ser de cerca de 10 mil reais. Álvaro se candidatou a prefeito da cidade e saiu vitorioso com 57.79% dos votos válidos da cidade. Usando o apelido de "Liso" a seu favor, Álvaro (PT) conquistou 4.594 votos, sendo o mais votado da história da cidade que tem 9.640 eleitores.

Em entrevista ao quadro Passando a Limpo desta quarta-feira (19), Álvaro, o Liso, conta que ainda está fazendo as contas, mas sabe que gastou em torno de R$ 30 mil a R$ 40 mil, contando com a ajuda de amigos, doações de carro de som, população e trabalhadores rurais. "Nenhuma oligarquia local e nem ricos nos apoiaram, a nossa base de campanha foi uma base popular mesmo", conta.

Ouça aqui a entrevista completa:

Álvaro diz reconhecer que o PT elegeu poucos prefeitos no Brasil e sabe que não tem apoio partidário dos governos federal e estadual, mas diz estar disposto a encarar e defende que o caminho para economia é cortar gastos. "Não temos esses apoios, mas tenho consciência das dificuldades que vou enfrentar e que fazendo alguns cortes e reajustando a máquina conseguiremos fazer um bom trabalho", declara.

O prefeito eleito conta que boatos deram força à campanha dele que acabou ganhando o apoio popular. "Nosso adversário era a mulher do homem mais rico da cidade e rolou boatos de que ele não perderia a campanha para um liso", conta ao se referir à candidata Joelda Lima da Silva Pereira (PSDB). Sobre manter ou não o apelido de "Liso" enquanto estiver no poder, Álvaro resume: "Quando a gente cai no imaginario popular, pra tirar isso é meio complicado, mas não me ofende nem um pouco. Nunca escondi minhas origens, sou filho de um agricultor e uma professora. Minha economia domestica é bem limitada mesmo. Esse mesmo planejamento eu pretendo fazer também com as contas públicas", conclui.