Esta segunda-feira (24) pode marcar para sempre a história da família de Thiago Faria Soares, morto em 2013 aos 36 anos. O promotor do Ministério Público no Município de Itaíba, no Agreste do Estado, foi vítima de uma emboscada durante o trajeto entre Água Belas e Itaíba.
O julgamento deve durar pelo menos três dias devido ao volume de informações que serão analisadas pelos jurados. A sessão acontece no Fórum da Justiça Federal, que fica a Avenida Recife, Zona Oeste da cidade.
O sorteio dos 25 jurados e 25 suplentes do julgamento ocorreu no dia doze de setembro. Na fase de instrução, foram 34 testemunhas, 16 da acusação, 18 da defesa e os dois sobreviventes.
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Um forte esquema de segurança foi montado para garantir o julgamento de quatro dos cinco acusados pela morte do promotor de Itaíba. Além do fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, conhecido como "Zé Maria de pedo Roseno", serão julgados José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e o auxiliar de serviços gerais José Marisvaldo Vitor da Silva. Um quinto réu, Antônio Cavalcante Filho, está foragido, por causa disso, a Justiça decidiu desmembrar o processo contra ele dos demais para não prejudicar ainda mais o andamento da investigação.
O assassinato do Thiago Faria Soares foi o primeiro a ser federalizado no País. Diante da federalização, o Ministério Público Estadual, órgão em que a vítima trabalhava, não participa do julgamento.
Os réus chegaram acompanhado de parentes e escoldados pela Polícia. O professor universitário Carlos Ubiratam, cunhado e inventário da fazenda de Zé Maria que motivou a disputa com a então noiva de Thiago Faria, Mysheva Martins, afirmou que os acusados são inocentes e estão sendo encriminados injustamente. "Quem devia estar no banco dos réus, não está. Os que estão sendo julgados aqui não tem nada a ver com isso. Eu espero que a verdade venha à tona", diz.
ADIAMENTO
O réu José Maria Domingos Cavalcante conseguiu adiar o julgamento do seu processo já que seu advogado não compareceu à sessão. A nova data é 12 de dezembro. A defesa dele havia pedido o adiamento de todo o processo, mas teve recurso negado. Saiba mais na reportagem de Rafael Carneiro:
O CRIME
Thiago Faria morreu no dia 14 de outubro de 2013, na PE-300, quando seguia de Águas Belas para o município de Itaíba, no Agreste do Estado. Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado foi por conta de disputa de terras. Thiago Faria foi atingido por quatro disparos de uma arma calibre doze após ser perseguido por outro carro.
A primeira audiência de instrução do caso aconteceu em 27 de março de 2015, quando quatro dos cinco réus foram interrogados. Na ocasião, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, conhecido como “Zé Maria de Mané Pedo”, que é apontado como o mandante do crime. Ele chegou a acusar a então noiva do promotor, Mysheva Martins, de envolvimento na morte. Ela e o tio Adautivo Elias Martins são testemunhas do crime e também sobreviventes do atentado.