JULGAMENTO

"Espero que a justiça seja feita", diz mãe de promotor Thiago Faria

Júri popular do caso da morte do promotor de Itaíba, Thiago Faria, teve início nesta segunda-feira. Caso aconteceu em outubro de 2013

Rádio Jornal
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Publicado em 24/10/2016 às 15:17
Foto: Reprodução/ Internet


Eram 8h, no prédio da Justiça Federal em Pernambuco, na Zona Oeste do Recife, e um forte esquema de segurança estava montado para receber os quatro réus a serem julgados pela morte do promotor de justiça Thiago Faria Soares.

José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcanti, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva, acusados pelo crime, e a noiva da vítima, a advogada Mysheva Martins chegaram sem ter contato com a imprensa.

Os familiares de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mandante da morte de Thiago Faria, acompanharam toda a movimentação. O cunhado dele, o professor universitário Carlos Ubiratan falou sobre o júri. “Nós estamos tranquilos porque nós estamos com a verdade. Quem deveria estar no banco dos réus, não está”, defendeu.

Familiares de José Maria Pedro Rosendo, apontado como mandante do crime
Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem

A mãe do promotor assassinado, Maria do Carmo Faria, veio do Rio de Janeiro participar do julgamento. Ela falou pela primeira vez sobre a morte do filho. “Estou aqui hoje exclusivamente para pedir justiça aos homens pela morte trágica do meu filho Thiago. Espero que a justiça seja feita”, disse.

Mãe de Thiago Faria
Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem

Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:

Atraso

A sessão teve início às 11h30, com mais de duas horas de atraso e a escolha dos sete jurados. Antes, os acusados pediram adiamento e a juíza responsável negou. Como o advogado de José Maria Domingos Cavalcante faltou sem apresentar justificativa, o réu teve o processo desmembrado e a nova data ficou para 12 de dezembro.

Motivo da morte e estratégias de defesa e acusação

No processo, o Ministério Público Federal apontou como o motivo do crime a disputa da Fazenda Nova, de propriedade José Maria Pedro Rosendo Barbosa, arrematada em leilão por Mysheva Martins. O caso teve grande repercussão e foi federalizado.

Na estratégia da acusação, vão ser utilizadas escutas telefônicas em que o principal acusado, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, de dentro da cadeia, se comunica com o filho. E os depoimentos de três peritos, do delegado da Polícia Federal que participou da investigação e de Mysheva Martins. Estes dois últimos na tarde desta segunda-feira (24).

Mysheva Martins, noiva do promotor

O procurador federal Luiz Vicente Queiroz vai apresentar em plenário, as denúncias levantadas no processo.

Já a defesa dos acusados vai utilizar provas técnicas para inocentá-los, como detalhou o advogado Anderson Flexa. O resultado final do júri popular deve ser conhecido até quinta-feira (27).

Antônio Cavalcanti filho, o quinto nome envolvido na morte do promotor, está foragido e também teve o júri desmembrado pela Justiça Federal.