Em entrevista ao quadro Passando a Limpo desta sexta-feira (28) o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB RJ) fez críticas ao PT e a Lula, avaliou a Operação Lava Jato, comentou a prisão de Eduardo Cunha e comentou o cenário político do segundo turno no Rio de Janeiro. Ele se coloca ao lado de Marcelo Crivella (PRB), chama candidato do PSol Marcelo Freixo de "chefe do black bloc" e faz menção ao tempo em que esteve preso. "Quando eu estive preso no Rio de Janeiro por quase dois anos havia duas presenças marcantes na cadeia: a ONG dos advogados do Psol e a presença permanete da Igreja Universal. Lá, todo preso que tinha alta periculosidade tinha a proteção dos advogados do Psol e no outro lado presença constante dos pastores da Igreja Universal defendendo a lei. Era o positivo e o negativo: uma facção que defende o crime e uma religiao o respeito a lei. Por isso eu abro o meu voto: No Rio de janeiro eu voto no Crivela, não voto no chefe do black bloc", sentencia.
Ouça aqui a entrevista completa:
Queda de Lula é como jogo de Xadrez
Questionado sobre culpabilidade do ex-presidente Lula, Roberto faz analogia com xeque mate. "É um jogo de xadrez, a justiça não é partido político. Esse processo contra Lula não saiu de nenhuma denúncia de político. Eles começaram a derrubar os peões, as torres, os cavalos, jogaram os bispos no chao, derrubaram a raisnha, só tem o rei agora. Eles aguardam para dar o xeque mate". Segundo Roberto, não se pode pegar um líder popular e prender imediatamente, mas ir minando a base de opinião pública que ele tem pra depois tomar uma decisao judicial. E sentencia: "eu creio que ele vai amargar o destino do José Dirceu, do Palocci, não te saída", desenha.
Operação Lava Jato
Na avaliação de Jefferson, desdobramentos da Operação Lava jato não deveria envolver o Governo Federal e poupar Temer. "Os que estão aparecendo na Lava Jato devem poupar o presidente do constrangimento. Devem poupar o governo que é a síntese da expectativa do povo. Se fez sozinho, tem que arcar sozinho. Deixar livre o governo pra que não fique marcado que é a continuacao da Lava Jato do PT.
Sobre ter isentado Lula do mesalão
"Eu não pensei que o presidente fosse culpado naquela época. A minha plena convicção era que o presidente naquela época era inocente. Eu fui até o presidente contar a história do mensalão, não iria se suspeitasse que ele tivesse culpa. A partir do tempo as coisas foram se clareando, e hoje dizer que Lula está enrolado e e que ele mente é outra coisa".
Sobre Eduardo Cunha
Roberto acredita que Eduardo Cunha não fará delação premiada e acredita na culpa dele. "Ele é um bandido à altura do Lula. Ele devia ter renunciado, ele não tem o que delatar. A prova contra ele é robusta, densa, sólida. Um homem que em 20 anos de mandato, sem ser empresário, fazer uma fortuna de 200 milhoes de reais? Não tem cabimento, não tem jeito, não tem saída. Vai fazer delação de quem? Eu acho que a delação premiada não vai alcançá-lo", conclui.
José Dirceu
Ao falar a respeito da prisão de José Dirceu, Roberto diz que ele está cumprindo o que deve e relembra os momentos em que também esteve preso. "Passei preso quase dois anos, sei que é o fim do mundo, um lugar terrível. Não é um lugar de seres humanos, é um lugar para feras. Não é facil e eu não desejo esse destino pra ninguém. Ele amarga a solidão da prisão, está em paz, não fez nenhuma delação premiada. Matou no peito e cumpriu a sina dele em silêncio", declara.
Caixa Dois
Ex-Deputado diz acreditar que país ainda não está livre de caixa dois. "Caixa dois ainda não acabou. É muito pequena, porque a vigilância foi muito grande, mas ainda existe", admite.
Mensalão x Petrolão
"Eu atirei num pássaro e acertei um bando."