SAÚDE

Consultório de Graça discute transexualidade e aceitação familiar

A endocrinologista Karina Magalhães e a psicóloga Lúcia Soares conversaram com Graça Araújo sobre a transexualidade desde a infância

Rádio Jornal
Rádio Jornal
Publicado em 01/11/2016 às 18:55
Foto: Facebook/Graça Araújo

O Consultório de Graça desta terça-feira (2) tratou o tema da identidade de gênero. Para discutir o assunto, foram convidadas a endocrinologista Karina Magalhães e a psicóloga clínica Lúcia Soares, especialista em sexualidade humana. As convidadas discutiram, por exemplo, o caso da filha dos atores Angelina Jolie e Brad Pitt, de nove anos, que virou notícia no mês de setembro após mudar de nome e passar a se chamar John, contando com o apoio dos pais. Anteriormente chamada de Shiloh, de acordo com a família, John dá sinais de que identifica-se mais com o gênero masculino que com o feminino, além de preferir se vestir com roupas consideradas masculinas. Segundo os tablóides, os pais lidam o assunto com naturalidade e dizem que o mais importante é a felicidade dos filhos.

De acordo com a psicóloga Lúcia Soares, o último Manual de Transtornos Psiquiátricos, lançado em maio deste ano, não mais traz a transexualidade como transtorno, mas, como uma disforia de gênero, ou seja, tira da categoria de doença. “Ainda não é o ideal, porque ainda existe um pensamento de sofrimento dessas pessoas, mas já é um avanço. O que acontece é que as crianças nascem com um sexo biológico, mas a identidade de gênero é outra. No entanto, o fato de elas gostarem de brincadeiras ou roupas socialmente consideradas adequadas para o sexo oposto não necessariamente significa que elas sejam pessoas transexuais”, explicou. Para ela, o mais importante é que tanto a família quanto a sociedade permitam o desenvolvimento da criança e, no futuro, descubra sua identidade.

ACOMPANHAMENTO

Sobre o acompanhamento clínico físico, muitas vezes necessário para as pessoas trans, a endocrinologista Karina disse que, nos Estados Unidos, quando a pessoa se aproxima da puberdade, já é oferecido tratamento para bloquear as características físicas opostas ao sexo psicológico. “No Brasil, só é permitida a intervenção médica no sentido hormonal a partir dos 18 anos. Já para a cirurgia de redesignação de sexo, a idade mínima é de 21 anos”, disse.

Confira abaixo a íntegra do Consultório de Graça: