O Sindicato dos Peritos Criminais de Pernambuco e os médicos legistas que trabalham no Instituto de Medicina Legal (IML) paralisaram as atividades desde a quarta-feira (16). Inicialmente, os profissionais cruzariam os braços apenas por 12h, a partir das 7h. Em assembleia, as categorias decidiram manter a mobilização, que traz como pauta o reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho, de acordo com a Associação dos Peritos Criminais de Pernambuco.
Durante a manhã desta quinta-feira (17), havia 20 corpos no instituto, mas apenas seis seriam liberados pelo instituto, já que, com a paralisação, a agilidade na perícia ficou comprometida. Além da necrópsia em corpos, estão sendo realizados apenas exames padrão de extrema necessidade, como exames traumatológicos ou de curso de delitos em presos, em casos de estupros e pessoas autuadas que serão encaminhadas à Justiça. Outros exames, como o traumatológico em decorrência de acidentes, não serão realizados.
TRANSTORNO
No IML Recife, no bairro de Santo Amaro, Centro do Recife, uma mulher que preferiu não se identificar havia sido agredida em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, e foi ao instituto para realizar um exame de corpo de delito, sem sucesso. Gilberto José Ferreira, outro paciente, foi ao local para realizar um exame traumatológico devido a um acidente, para resolver questões indenizatórias. "Saí de casa às 4h30 e, quando cheguei, fui informado de que não há previsão para o atendimento e que deveria telefonar em dez dias. Estou desempregado há um ano, sem poder trabalhar, e o INSS cortou meu benefício", disse.