BRASÍLIA

Após protesto, cenário na Esplanada dos Ministérios é de destruição

Esplanada dos Ministérios foi palco de manifestações, nessa terça-feira (29), durante votação da PEC 55 no Senado

Rádio Jornal
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Publicado em 30/11/2016 às 15:43
Nessa terça-feira, protestos na Esplanada dos Ministérios deixaram cenário de destruição
Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil


Quem passa pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta quarta-feira (30), encontra um cenário de destruição, após protestos realizados por estudantes e movimentos sociais, nessa terça-feira (29). Ainda tem carros quebrados e queimados, além de portas de ministérios destruídas.

Já dentro do Congresso Nacional, a repercussão com relação a votação são as mais diferentes possíveis. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse que não houve qualquer tipo de retaliação contra o Poder Judiciário, afirmou que as medidas chegaram, foram analisadas, e que os parlamentares são livres para dar qualquer tipo de voto. Ele ainda disse que os deputados estão ali para representar a população.

A matéria foi aprovada por 313 votos contra 132. Já o relator das medidas, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que não se enxerga nas medidas que foram debatidas com a sociedade, com os procuradores, foram aprovadas na comissão especial e chegaram no plenário da Câmara aproveitando o clima de consternação por conta do acidente aéreo com a equipe da Chapecoense e os parlamentares aproveitaram o avançado da hora e foram enxertando medidas que, na prática, anistia crimes.

“Ela se divorcia cada vez mais da sociedade brasileira. A oportunidade que as 10 medidas (contra a corrupção) traziam para a Câmara dos Deputados era uma aproximação. A câmara ao invés de fazer o Brasil avançar resolveu cuidar dos seus interesses corporativos, o que é uma tragédia”, criticou o deputado Onyx.

Confira os detalhes na reportagem de Romoaldo de Souza:

Resposta do STF

Em nota divulgada nesta quarta-feira (30), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia, que também preside o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disse que respeita a separação de poderes, mas afirmou que os juízes já respondem por seus atos. “Pode se tentar calar um juiz, mas nunca a justiça”, disse Cármen Lucia.

Votação da PEC 55

Com relação a votação que deve acontecer no Senado, o presidente da casa, Renan Calheiros, elogiou e disse que as medidas chegaram ao Congresso Nacional com cara de medidas fascistas. Já com relação a PEC 55, que foi aprovada por 61 votos a 14, Renan disse que está mantida a votação para o dia 13 de dezembro.

A PEC passará agora por três sessões de discussão em segundo turno e tem a próxima votação marcada para o dia 13 de dezembro. Se for aprovada sem alterações, a PEC será promulgada no dia 15 de dezembro.