LAVA JATO

PGR denuncia Renan ao STF por corrupção e lavagem de dinheiro

Renan Calheiros teria recebido propina no processo de contratação da empreiteira Serveng que estava realizando obras de terraplanagem para a Petrobras

Rádio Jornal
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Publicado em 12/12/2016 às 15:54
Foto: Agência Brasil

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB), que é de São Paulo, foram ao encontro do presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, para insistir no nome do deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB) para o cargo de ministro da Secretaria Geral de Governo no lugar de Geddel Vieira Lima.

Na semana passada, assim que Imbassahy foi indicado, houve muita correria no Congresso Nacional, principalmente na Câmara dos Deputados, porque o chamado “Centrão”, bloco formado por 200 parlamentares e 12 legendas, não gostou da indicação e de ter sabido pela imprensa da pretensão de Temer de chamar um político do PSDB para o cargo.

Além do que, Imbassahy disputa ou é um forte candidato ao governo da Bahia e isso disputaria espaço com o irmão de Geddel Vieira Lima, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB).

Confira os detalhes na reportagem de Romoaldo de Souza:

O presidente da República chegou a lamentar que não foi bem isso, que não gostaria que a história tivesse vazado, mas vazou e o Centrão ficou desapontado.

Dinheiro em campanha

As informações de que o presidente Michel Temer teria recebido dinheiro nas campanhas do PMDB, levou o PT da Câmara a pedir a cabeça do peemedebista, recomendando a renúncia e declarando que somente com eleições diretas que teremos um presidente autêntico.

Já o PT do Senado está em silêncio. É que a delação da Odebrecht tem pelo menos dois senadores petistas citados, Gleisi Hoffmann e Lindberg Farias.

Denúncia contra Renan Calheiros

Hoje o Procurar Geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.

Renan Calheiros é o principal aliado de Michel Temer no Congresso Nacional e Renan não pode estar enlameado em denúncias porque pode enfraquecer a base do planalto no Congresso Nacional.

Esta é a primeira vez que o presidente do Senado passa a ser investigado no esquema de corrupção que desviou recursos da Petrobras. A denúncia vai ser analisada no Plenário do STF e se for acatada, Renan se tornará réu.

Ele é apontado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como cúmplice junto com o deputado federal do PMDB, Aníbal Gomes, na contratação da empreiteira Serveng que estava realizando obras de terraplanagem para a Petrobras.

Segundo Paulo Roberto Costa, Renan e Aníbal receberam propina para que a obra fosse contratada.

Em nota divulgada, a assessoria de Renan Calheiros disse que o senador jamais autorizou ou consentiu que o deputado Aníbal Gomes ou qualquer outra pessoa falasse em nome do presidente do Senado. As contas de Renan, conclui a nota, foram aprovadas e que ele está tranquilo para esclarecer esses e outros pontos da investigação.

Caso o STF acate essa denúncia contra Renan e o deputado Aníbal, eles serão notificados para apresentar defesa. A diferença é que Renan, por ser presidente do Senado, vai ser investigado e ouvido pelo Plenário do Supremo. Já no caso de Aníbal, o deputado será ouvido por uma turma do Supremo Tribunal Federal.