CRISE NA SEGURANÇA

"Governo destruiu ponte de negociações", diz capitão da PM

O capitão Vlademir Assis, presidente da Associação dos Militares do Estado (AME), diz que militares se revoltaram após a falta de diálogo com o governo e benefícios anunciados aos policiais civis

Rádio Jornal
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Publicado em 13/12/2016 às 10:09

Com a Polícia Militar em Operação Padrão e as Forças Armadas nas ruas desde a última sexta (09), o clima continua difícil na área de segurança pública de Pernambuco. Em entrevista ao "Passando a Limpo", da Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (13), o presidente da Associação dos Militares do Estado (AME) criticou a falta de diálogo por parte do Governo do Estado. "Houve a destruição de uma ponte na negociação entre governo e PM", declarou o capitão Vlademir Assis.

De acordo com o presidente, a classe estava em harmonia, mas de uma hora pra outra o governo quebrou essa ponte: "a questão é política e o governo tem que refazer essas pontes", afirmou o capitão Assis. Ele relembrou que a negociação entre as partes durou todo o ano de 2016 e a gestão estadual sempre alegou a crise econômica. De acordo com o presidente da associação, a situação teria se deteriorado quando, recententemente, foi enviado um pacote de benefícios para os oficiais da Polícia Civil.

"Não temos nada contra um benefício para nossos colegas, que também lutaram muito, mas como tem para um irmão e não tem pra gente?", questionou o capitão. Segundo ele, a categoria quis retomar as negociações, sem ameaças, mas o governo não quis mais receber ninguém.

QUESTÃO DE HIERARQUIA

Líder de movimento grevista da PM, Alberisson Carlos foi preso no fim da semana. Foto: JC Imagem

Sobre a prisão do presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS),Alberisson Carlos, o capitão Vlademir Assis diz que a prisão é "arbitrária" e que existe uma via de mão dupla na questão de hierarquia:"Quando você quer ser respeitado, você tem que respeitar o que foi prometido", declarou.

Ele afirma ainda que as questões disciplianares devem ser avaliadas, mas é preciso pensar "o que será que levou a acontecer isso". Ele ainda afirma não ter acreditado que Alberisson Carlos quis ser preso por motivos eleitorais.