OPERAÇÃO TIMÓTEO

"Poder das trevas que tem gana pra me desmoralizar”, diz Malafaia

A Polícia Federal investiga a participação do pastor evangélico Silas Malafaia em um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties de exploração mineral

Rádio Jornal
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Publicado em 16/12/2016 às 15:36
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil


Preso na operação Timóteo, nesta sexta-feira (16), o pastor Silas Malafaia negou envolvimento com a corrupção, disse que está sendo alvo de um esquema para desmoralizá-lo junto à opinião pública. Ele afirmou que o dinheiro entrou e saiu normalmente da conta da igreja com todas as contabilidades e impostos pagos, negou lavagem de dinheiro. Silas Malafaia ficou conhecido por ser um dos cinco pastores mais ricos do Brasil pela revista Forbes em 2013.

O pastor da Igreja Universal Vitória em Cristo disse que se a Polícia Federal quisesse mesmo fazer uma investigação séria não teria feito o que ele chamou de “show pirotécnico”, teria o convidado e ele iria a delegacia prestar todas as informações. Ele foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento. Condução coercitiva quer dizer que a pessoa é obrigada pela polícia a prestar depoimento.

Segundo Silas Malafaia, a operação Timóteo só tem um objetivo: torná-lo uma pessoa desmoralizada junto à sociedade brasileira. “Eu sei o poder das trevas que tem gana pra me desmoralizar”, se defendeu o pastor. “Uma vergonha, tá? Joga a reputação de uma pessoa na lama”, reclamou, bastante exaltado. “Eu não sou ladrão, não estou envolvido em corrupção e recebi uma oferta declarada”, completou.

Confira os detalhes na reportagem de Romoaldo de Souza:


Operação Timóteo

A operação Timóteo investiga um esquema que envolvia o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Marco Antônio Moreira, e a mulher dele, Lilian Moreira, além de Alberto Jateni, que é filho do governador do Pará, Simão Jateni (PSDB). Seria um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties de exploração mineral.

Na investigação da Polícia Federal, os agentes apuraram que o DNPM informava ao escritório de advocacia comandado por Lilian Moreira quais eram as prefeituras que tinham saldo de royalties de Petróleo. A partir daí os prefeitos eram contatados por esse escritório, recebiam propostas para facilitar a liberação dos recursos, claro, em troca de propina.

O filho do governador tucano do Pará era responsável por arregimentar prefeituras, sobretudo no Estado do Pará. Ele chegou a contatar o prefeito eleito da cidade de Paraupebas, Darci José Lermen. Nesse contato, Alberto Jateni disse que se ele fizesse contratos com o escritório de advocacia da esposa do diretor do DNPM assim que Darci tomasse posse já em janeiro ele receberia a parte que teria direito a prefeitura de Paraupebas.

Silas Malafaia é suspeito de ter emprestado contas correntes de igrejas sob sua influência para ocultar as origens ilícitas de dinheiro. Ele é acusado de ter lavado dinheiro do esquema, que recebeu valores de escritórios de advocacia.

Em nota, o Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia disse que Marco Antônio Moreira foi afastado do cargo até que se conclua todas as investigações e que o DNPM passou toda documentação de todos os municípios do país que tem direito a receber royalties do petróleo para ajudar nas investigações.