INVESTIGAÇÃO

Secretaria de saúde investiga morte suspeita do “Mal da Vaca Louca”

A vítima é um homem de 58 anos que faleceu com sintomas da Doença de Creutzfeldt-Jakob, conhecida “Mal da Vaca Louca” erroneamente

Rádio Jornal
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Publicado em 19/12/2016 às 8:44
Foto: Edmar Melo/ JC Imagem


O corpo de um homem de 58 anos, que não teve sua identidade divulgada, está no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife. Ele faleceu no Hospital Oswaldo Cruz, em Santo Amaro, com sintomas da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ).

A DCJ é uma doença priônica do Sistema Nervoso Central, que se manifesta de várias formas clínicas. Os sinais ou sintomas mais frequentes são demência rapidamente progressiva associada a tremores musculares de extremidades. No final da década de 1990, a enfermidade chegou a ser chamada erroneamente de “Mal da Vaca Louca” por conta dos casos registrados na Inglaterra.

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) orientou os profissionais tanto no transporte quanto na manipulação do corpo. O homem faleceu na última sexta-feira (16) e não há prazo para a conclusão da análise do corpo.

Investigação

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que está investigando o caso. A SES informa ainda que a expressão “Mal da Vaca Louca” é utilizada de forma equivocada, como sinônimo de Doença de Creutzfeldt-Jakob. Essa expressão foi utilizada em 1996 no Reino Unido, com o surgimento de casos humanos da variante de DCJ, associados ao consumo de carne de gado, portando a Encefalopatia Espongiforme Bovina.

De acordo com a Secretaria de Saúde, não há como prevenir a forma familiar e/ou expontânea da DCJ. A forma transmissível pode ser prevenida evitando-se a ingestão de carne, principalmente cérebro (o conhecido miolo) ou qualquer outro tecido nervoso de animais doentes, principalmente rebanhos importados de outros países.

PRÍON

Os médicos especialistas explicam que no Brasil, a DCJ não tem origem infecciosa. Nos casos infecciosos, como os registrados na Europa, a transmissão é feita por um agente conhecido como 'príon'.

Esse agente causador da DCJ não é um vírus ou qualquer organismo conhecido naquela época, e sim, um novo agente, que foi chamado de “príon”. O príon é uma partícula proteinácea com capacidade infectante. A DCJ pode ser classificada em três tipos: a DCJ esporádica (85% dos casos), DCJ genética e a DCJ infecciosa (variante da DCJ.