ELEIÇÃO SUPLEMENTAR

Confusões e falta de polícia marcam domingo de nova eleição em Ipojuca

Hoje, 67 mil eleitores de Ipojuca voltaram às urnas. Disputa polarizada entre Carlinhos (PSDB) e Célia Sales (PTB); TRE critica falta de policiamento

Rádio Jornal
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Publicado em 02/04/2017 às 16:56

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O domingo (02) é de eleição na cidade de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife. O município está entre os doze que passam por novas eleições em todo o Brasil no dia de hoje. O novo pleito acontece após a impugnação do candidato mais votado em 2016, Romero Sales (PTB), que não pôde participar da nova eleição. Três candidatos concorrem nesta eleição suplementar. O repórter Erick França, da Rádio Jornal, acompanhou o dia de votação em Ipojuca.

CLIMA ACIRRADO

Desde a abertura das urnas, às 8h, o clima é de acirramento em Ipojuca. O fechamento das seções eleitorais aconteceu às 17h e a previsão é que o resultado seja divulgado por volta das 19h. A reportagem da Rádio Jornal mostrou o cenário de tumulto durante todo o dia, inclusive no momento do voto dos dois principais candidatos: o ex-prefeito Carlos Santana (PSDB), que foi derrotado na tentativa de reeleição no ano passado, e Célia Sales (PTB), esposa de Romero Sales, que venceu a eleição, mas teve a candidatura cassada. O ex-presidente da Câmara de Ipojuca, Olavo Aguiar (PMN), é o terceiro concorrente.

O ex-prefeito Carlos Santana, que durante a campanha usou o nome Carlinhos, votou às 9h na Escola Armando Brito, no bairro de Nossa Senhora do Ó, acompanhado pela esposa, a deputada estadual Simone Santana (PSB) e pelo chefe de gabinete do governo estadual, João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos.

Na hora da votação, houve tumulto entre o candidato, que partiu para cima de um militante da chapa de Célia Sales, sendo contido por aliados. Após votar, Carlinhos se declarou confiante: "Estamos muito confiantes na vitória porque o povo entendeu que o melhor caminho é o nosso caminho", declarou.

A candidata Célia Sales votou às 11h na Escola Domingos Albuquerque, no centro de Ipojuca, acompanhada pelo marido Romero Sales e pelo deputado estadual Joel da Harpa (PTN). Houve tumulto após a votação e um desentendimento entre mesários e profissionais da imprensa, que foram xingados. A petebista também se mostrou confiante: "O pessoal está fazendo justiça, aguerrido, vai ser vitória, vai dar tudo certo", afirmou.

FALTA DE POLICIAIS

Apesar do pedido de reforço de policiamento para o domingo especial em Ipojuca e o prometido de 150 oficias da Polícia Militar por parte da Secretaria de Defesa Social, os relatos são de falta de PMs nas ruas. A 16º zona eleitoral reclamou da falta de polícia. Entrevistados pela reportagem da Rádio Jornal, policiais falaram da resistência de muitos colegas escalados pela falta do pagamento das diárias. Foi preciso um reforço de agentes da Polícia Federal.

Muitos pontos de confusão e briga foram notados pela cidade. Militantes de Célia Sales foram atingidos por spray de pimenta que teria sido jogado por um partidário de Carlinhos, que teria se escondido em uma casa. A polícia foi acionada.

Já na noite do último sábado (1º) foi apreendido dinheiro e material de divulgação do candidato Carlos Santana, mas o caso ainda não tinha chegado ao cartório eleitoral. De acordo com balanço parcial do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foram feitas 14 denúncias de aglomeração de eleitores, além de transporte irregular para votar. Houve apenas o registro de duas urnas quebradas, que foram substituídas.

ELEIÇÕES 2016

Ipojuca tem mais de 60 mil eleitores aptos a votar. Em outubro de 2016, Romero Sales (PTB) foi o mais votado, com mais de 57% dos votos válidos, mas teve o registro cassado por uma condenação de improbidade administrativa. O então prefeito Carlos Santana (PSDB) ficou em segundo lugar com mais de 41% dos votos válidos. Como o mais votado teve mais de 50% dos votos válidos, um novo pleito foi convocado.