REEDUCANDOS

Irmã de interno morto em Case: Desse jeito que governo quer reeducar?

Três adolescentes que cumpriam medidas sócio-educativas no Case de Vitória de Santo Antão foram assassinados durante um motim

Rádio Jornal
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Publicado em 03/04/2017 às 14:55

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Estão no Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, os três corpos dos adolescentes que foram mortos durante um motim, que aconteceu dentro do Centro de Atendimento Sócio-Educativo (Case), de Vitória de Santo Antão, no último domingo (2).

De acordo com nota da Funase, a confusão foi causada por internos que atearam fogo em colchões em uma das alas da unidade. Os três reeducandos que estavam no pavilhão atingido, morreram após inalar fumaça.

Esse já é o segundo motim que acontece no mesmo centro em menos de quinze dias. Parentes dos adolescentes mortos não souberam informar o motivo do tumulto e estão inconformados com a notícia.

A mãe de uma das vítimas, que não quis se identificar, falou sobre a situação em que vivem os internos. “Segurança que não tem. Qual a segurança que os adolescentes têm ali dentro?”, questionou.

Os detalhes na reportagem de Juliana Oliveira:

A irmã de uma outra vítima, que também preferiu se manter em anonimato, relatou sobre a falta de segurança na unidade. Ela afirmou que armas e drogas são usadas dentro do ambiente. “Tem tudo lá dentro. Os agentes mesmo que botam para dentro. A família não vai se passar para sair de casa para levar droga, arma, faca para presídio”, reclamou. “É desse jeito que o governo quer reeducar esses menores?”, critica a mulher.

O sepultamento de Wilkson da Silva Batista, de 16 anos, deverá acontecer na tarde desta segunda-feira no Cemitério de Santo Amaro. Já o corpo de Lucas Emerson da Silva, de 17, será enterrado no cemitério de Nazaré da Mata também nesta tarde.

Funase diz que clima é tranquilo

Em nota a Funase esclareceu que o clima no case de vitória é de tranquilidade e que as investigações sobre as causas e responsabilidades dos homicídios foram iniciadas logo após o tumulto.

A nota ainda explica que quatro dos seis adolescentes envolvidos no motim já foram identificados pela Polícia Civil como autores do crime. Eles foram encaminhados para a Unidade de Atendimento Inicial (Uniai) onde aguardam decisão da justiça.

O Case tem capacidade para abrigar 72 adolescentes, porém, até o último domingo, apenas 36 estavam internos. O motivo é que durante a confusão do dia 19 de março parte deles conseguiu fugir.