ENTREVISTA

Advogado fala sobre encaminhamentos após depoimento de Lula

O ex-presidente Lula presta depoimento na tarde desta quarta-feira (10) ao juiz Sergio Moro, na Justiça Federal de Curitiba

Rádio Jornal
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Publicado em 10/05/2017 às 16:03

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O advogado Fabio Porto falou sobre o encaminhamento do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro, nesta quarta-feira (10). Segundo ele, apesar da politização em torno do depoimento, trata-se de um processo penal como todos os outros.

De acordo com ele, Lula pode ficar calado em depoimento. “O ex-presidente Lula pode entender que não é necessário ele falar porque, constitucionalmente, ninguém pode produzir provas contra si próprio, nem pode ser obrigado a falar, principalmente em um processo judicial”, explicou o advogado.

No entanto, ele acredita que Lula não vá tomar essa postura. “Espero que seja um depoimento normal como tantos outros que nós temos”, disse.

Ele criticou a postura do juiz Sergio Moro diante do depoimento. “Alguns depoimentos dele que eu entendo que não seriam necessários. Ele falar à imprensa, ir a redes sociais conclamar pessoas a não ir eu acho isso um pouco de excesso”, avaliou o advogado.

Apesar de acreditar que Moro tenha se excedido, o advogado Fabio Porto não concorda com a defesa de Lula em querer retira-lo do processo. “Eu acho um certo exagero. Acho que ele [Moro] tenha se excedido um pouco quanto a declarações, mas não acho que ainda seja suficiente para torna-lo suspeito para julgar”, ponderou. “Todo juiz tem que ser imparcial, obviamente. Essa é a função do juiz (...) Não me parece ainda que o Sergio Moro tenha se tornado parcial no caso”, acrescentou.

Confira os detalhes na entrevista:

Próximos passos

O advogado Fabio Porto explicou ainda os próximos passos do ex-presidente Lula, após o depoimento. Segundo ele, não é o caso de ele sair preso.

“É um depoimento do réu. A parte tem que prestar depoimento, todo juiz tem que prestar a parte para prestar depoimento. Faz parte de mais um ato processual da instrução do processo. É mais uma prova, digamos assim, que está sendo produzida nos autos”, apontou.

Segundo ele, o processo não se encerra nesta quarta-feira. "O processo ainda vai continuar sendo permitida a produção de novas provas", falou.

O advogado avaliou ainda que é difícil precisar o resultado da sentença.

No caso de uma condenação, o ex-presidente Lula pode ser preso caso seja condenado na 2ª instância.