CRISE POLÍTICA

Decreto deve ser revogado, diz ministro da defesa sobre Forças Armadas

Raul Jungmann defende decreto de Michel Temer, que colocou as Forças Armadas contra manifestantes em Brasília, mas acredita que será nas revogado hoje

Rádio Jornal
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Publicado em 25/05/2017 às 10:17

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O ministro da Defesa, Raul Jungmann, acredita que o decreto que coloca as Forças Armadas nas ruas de Brasília até o fim deste mês, deve ser revogado pelo presidente Michel Temer (PMDB) ainda nesta quinta-feira (25). A medida despertou críticas de vários setores da sociedade e foi vista como ilegal por especialistas. Em entrevista à Rádio Jornal, o ministro rebateu as críticas e defendeu as medidas: "Isso é uma figura constitucional, tem base legal", afirmou.

"Uso recorrente"

De acordo com o ministro, não foram feitas críticas quando o dispositivo, chamado de GLO (Garantia de Lei e da Ordem) foi utilizado em outros momentos, como na paralisação da polícia em Pernambuco e na greve da Polícia Militar no Espírito Santo, no começo deste ano, e durante o governo de Dilma Rousseff (PT): "Já participei de oito GLOs como essa neste ano de governo", declarou.

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Apesar disso, o ministro acredita que a ordem no Distrito Federal já está "restabelecida" e que o presidente deve revogar a medida nas próximas horas: "O presidente usou para defender a vida e o patrimônio e deve suspender nas próximas horas o decreto", afirmou.

O Ministro da Defesa ainda disse que os militares só vão para as ruas após treinamento e que não agem para reprimir manifestantes, mas sim para defender o patrimônio público e a vida das pessoas: "Sem ordem, não há democracia", disse.

"Normalidade"

Completando uma semana da maior de todas as crises do governo Temer, Raul Jungmann relativiza e acredita que tudo está funcionando: "Estamos todos preocupados, mas o governo segue governando. Aprovamos seis MPs (Medidas Provisórias), um recorde. É sinal que está tudo dentro da normalidade", declarou.

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