O ministro da Defesa, Raul Jungmann, acredita que o decreto que coloca as Forças Armadas nas ruas de Brasília até o fim deste mês, deve ser revogado pelo presidente Michel Temer (PMDB) ainda nesta quinta-feira (25). A medida despertou críticas de vários setores da sociedade e foi vista como ilegal por especialistas. Em entrevista à Rádio Jornal, o ministro rebateu as críticas e defendeu as medidas: "Isso é uma figura constitucional, tem base legal", afirmou.
"Uso recorrente"
De acordo com o ministro, não foram feitas críticas quando o dispositivo, chamado de GLO (Garantia de Lei e da Ordem) foi utilizado em outros momentos, como na paralisação da polícia em Pernambuco e na greve da Polícia Militar no Espírito Santo, no começo deste ano, e durante o governo de Dilma Rousseff (PT): "Já participei de oito GLOs como essa neste ano de governo", declarou.
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Apesar disso, o ministro acredita que a ordem no Distrito Federal já está "restabelecida" e que o presidente deve revogar a medida nas próximas horas: "O presidente usou para defender a vida e o patrimônio e deve suspender nas próximas horas o decreto", afirmou.
O Ministro da Defesa ainda disse que os militares só vão para as ruas após treinamento e que não agem para reprimir manifestantes, mas sim para defender o patrimônio público e a vida das pessoas: "Sem ordem, não há democracia", disse.
"Normalidade"
Completando uma semana da maior de todas as crises do governo Temer, Raul Jungmann relativiza e acredita que tudo está funcionando: "Estamos todos preocupados, mas o governo segue governando. Aprovamos seis MPs (Medidas Provisórias), um recorde. É sinal que está tudo dentro da normalidade", declarou.
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