Revoltados com as duas mortes ligadas a Polícia Militar, os moradores da comunidade do Bode, no bairro do Pina, ameaçam novos protestos contra violência na Zona Sul do Recife.
A comunidade denuncia que é alvo de constantes operações desde o assassinato do sargento Ricardo Sales, em Olinda, na semana passada.
O estudante Esdras Henrique, de 19 anos, faleceu numa suposta troca de tiros na localidade na última quinta-feira (15). Já o ajudante de pedreiro Ramon Gonçalves Cavalcanti, de 30 anos, foi morto a tiros no sábado (17) durante uma ação da PM em frente a própria casa.
Alexandre Jorge Telles, pai do estudante Esdras Henrique, criticou a Polícia Militar. Ele afirma que o filho não tinha passagem pela polícia:
Nesta segunda-feira (19), os moradores da Comunidade do Bode foram até o cemitério Parque das Flores, no Sancho, Zona Oeste do Recife, dar adeus ao ajudante de pedreiro.
A versão oficial diz que os policiais estavam em perseguição a um suspeito e que foram atacados primeiro.
Mas os familiares e amigos da vítima acusam integrantes do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM) efetuar os disparos e demorar no socorro. Uma testemunha do fato revela que houve imprudência dos PM’s por não considerar os cidadãos de bem:
Protesto
Revoltados com a violência policial, moradores do Bode realizaram um protesto na tarde desta segunda-feira (19). Com fogo em entulhos, a comunidade interditou as Avenidas Conselheiro Aguiar, Domingos Ferreira e Boa Viagem.
O trânsito ficou bastante congestionado, mas não houve confronto entre os manifestantes e a Polícia Militar.