Você já parou para pensar no perfil das crianças que aguardam uma família adotiva? Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), cerca de 69% das crianças e adolescentes prontos para a adoção no Brasil são pretos ou pardos. Em relação aos pretendentes, 45% são diferentes em relação a raça e etnia. Como é a relação entre pais e filhos que se encaixam na adoção inter-racial?
Como as famílias podem lidar com as discriminações raciais da sociedade? No programa Movimento desta quinta-feira (29), o comunicador Marcelo Araújo Bateu um papo esclarecedor com o professor, coordenador do Grupo de apoio à Adoção do Paulista (GAAP), Márcio Francisco.
Ouça a Atitude Adotiva na íntegra:
Do Colunista
"A adoção inter-racial ainda é vista com preconceito pela maioria população. Isto se deve a valorização da genética das pessoas, em detrimento da afetividade e afinidade das famílias. Os pais brancos que adotam crianças negras geralmente têm pais e avós brancos, mas passam a ter uma descendência negra. A partir disso, precisam aprender a lidar com o preconceito racial que seus filhos inevitavelmente vão sofrer ao longo da vida.'Uma pessoa que toma a decisão de adotar uma criança de uma raça diferente da sua tem grande probabilidade de enfrentar preconceitos no Brasil', afirma a assistente social Silvana Rufino no estudo 'Uma realidade fragmentada: a adoção inter-racial e os desafios da formação de uma família multirracial'. Segundo ela, a sociedade ainda se encontra despreparada para viver a situação da adoção inter-racial, uma vez que a filiação adotiva ainda é vista com restrições."