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Dois professores são presos em PE durante operação contra pedofilia

A PF realiza nesta terça a Operação Glasnost, que combate a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil

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Publicado em 25/07/2017 às 11:21
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Dois professores foram presos em flagrante pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (25), em Pernambuco após o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Glasnost, que combate a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet em Pernambuco e mais 13 estados do país.

No computador apreendido nas casa dos suspeitos, que acabaram presos, foram encontrados material pornográfico infantil. As buscas foram feitas no Alto do Mandú, no Recife e Ouricuri, no Sertão do Estado.

No Recife, um professor, de 39 anos, que não teve a identidade divulgada, admitiu ter sido usuário do site russo onde acessava não só material pornográfico infantil como também outro tipo de pornografia. O material pornográfico-infantil foi encontrado em um Pen Drive, mas também foram apreendidos um notebook, dois discos de armazenamento de dados e um aparelho celular que passarão por perícia telemática posteriormente, com o objetivo de identificar todos os arquivos armazenados.

Já em Ouricuri, ouro professor, este de 35 anos, também foi preso. O material pornográfico-infantil foi encontrado em um disco rígido, mas também foram apreendidos três discos de armazenamento de dados e um aparelho celular. Também foi encontrado na residência do suspeito uma identidade de uma criança falsificada. O suspeito fará exame de corpo de delito no IML e em seguida será liberado. Dependendo do resultado, ele pode ser encaminhado para o presídio de Salgueiro.

Pais e médicos estão entre os pedófilos

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A Polícia Federal prendeu 27 pessoas em flagrante e três preventivamente até às 10h20 desta terça, no âmbito da Operação Glasnost. Segundo o delegado Flávio Augusto Palma, entre os detidos estão pais que abusavam das próprias filhas, professores, médicos, um homem de 80 anos e funcionários de altos cargos em órgãos públicos, entre outros. “Não existe perfil [de abusador] e ocorreu uma situação inusitada. Uma mulher foi presa por abuso sexual de crianças: toda a família praticava atos sexuais entre todos. Os familiares e conhecidos foram presos em desdobramentos da operação”, afirmou.

Durante o monitoramento nas investigações, os policiais descobriram casos de abuso em tempo real. A informação foi repassada aos responsáveis e nove dos abusadores foram presos, no final de 2014. “Praticamente todos os envolvidos praticaram crime de compartilhamento de pornografia infantil. O fato de armazenar imagens já configura crime. Também tem abuso de vulnerável, produção de pornografia, todos esses crimes aparecem”, explicou o delegado.

O crime com pena mais branda é a posse de pornografia, com pena de 4 anos e cabe fiança. Abuso é crime hediondo e não costuma ser afiançável, segundo a PF.

Após autuação em flagrante os suspeitos pagarão fiança no valor de 5 salários mínimos (R$ 4.685), farão exame de corpo de delito no IML e em seguida serão liberados para responder ao processo em liberdade. O preso não mantinha relação sexual e nem molestava crianças, o seu crime se deu pelo fato do armazenamento de conteúdo pornográfico infantil em seus aparelhos telemáticos.

Ao todo, 350 policiais cumprem 72 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e dois de condução coercitiva em 51 municípios do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe.

Operação Glasnost

A ação é continuação da operação deflagrada em novembro de 2013, quando foram cumpridos 80 mandados judiciais, entre eles, 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil. Foram ainda identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre 5 e 9 anos.

A investigação teve como base o monitoramento de um site russo. Ele era usado como “ponto de encontro” de pedófilos de vários países. As investigações identificaram centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil na internet, bem como diversos abusadores sexuais e produtores de pornografia infantil.

“Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior”, diz a nota da PF.

O nome da operação, Glasnost, faz referência ao termo russo que significa transparência. A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e para contatos com outros pedófilos ao redor do mundo.

Com informações da Agência do Brasil

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