LESBOFOBIA

Líder religioso preso por estupro de jovem lésbica é solto e gera revolta

O estupro aconteceu em 2015, após o líder religioso descobrir uma relação homoafetiva da garota. Entidades de Direitos Humanos pedem prisão do homem

Rádio Jornal
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Publicado em 04/08/2017 às 14:12

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Entidades civis pedem revogação de liminar que põe em liberdade um líder evangélico acusado de estupro de uma jovem. O crime ocorreu em dezembro de 2015 e a vítima, na época com 18 anos, teve receio da repercussão na comunidade e na Igreja Batista da 1ª Etapa de Rio Doce, em Olinda.

O estupro aconteceu a após o homem descobrir que a vítima teve uma relação homoafetiva. A garota passou a ser ameaçada pelo agressor. Foi quando ela decidiu procurar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e denunciar a agressão. O homem era amigo da família da jovem.

A promotora da Justiça e Cidadania de Olinda, Henriqueta de Belli, ouviu a jovem e em exames no IML constatou o estupro, ocorrido no apartamento da família em Jardim Atlântico, Olinda.

Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:

Ouça a entrevista completa com a promotora:

Começo das ameaças

Dias depois do crime, em conversas com amigas, a jovem comentou sobre o estupro e teve conhecimento de que o líder de 31 anos já havia cometido a mesma prática com uma outra garota da igreja. Ao ter o caso divulgado e ao saber da acusação no MPPE, ele passou a perseguir a vítima, já que estava respondendo em liberdade.

Em uma oportunidade, o agressor chegou a colocar o carro por cima da jovem. Após este episódio, no dia 17 de julho deste ano, foi pedida a prisão temporária do líder religioso.

Atualmente ele está afastado da Igreja Batista de Rio Doce e em decisão liminar do desembargador Fábio Oliveira Lima voltou a ser posto em liberdade na última quarta-feira (2).

Entidades se manifestam

As ONGs Gestos e Boa Vista, de defesa dos direitos humanos e de políticas LGBT, se reuniram com o MPPE, nesta sexta-feira (4), para reivindicar a revogação da decisão de liberdade, por motivo do acusado oferecer risco à vítima e à família dela.

O advogado do Instituto Boa Vista, João Henrique de Lima reconhece que em crimes de estupro as vítimas necessitam de acompanhamento psicológico já que as vítimas sentem vergonha do ocorrido e apesar de recorrentes são pouco divulgados.

A audiência do caso está marcada para o dia 24 de agosto