HOSTES

PMs presos em operação contra milícias faziam segurança de empresários e políticos

As investigações da Operação Hostes apontaram que os policiais militares faziam o trabalho durante o horário de serviço e usavam até a viatura policial

Rádio Jornal
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Publicado em 16/08/2017 às 17:33

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A Polícia Civil de Pernambuco apresentou nesta quarta-feira (16) o resultado da 24ª operação de repressão denominada Hostes, deflagrada nos municípios do Recife, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, no Agreste do Estado. O objetivo da operação foi desarticular um grupo de policiais militares que funcionava como milícia particular nas cidades citadas. Ao todo, 17 mandados sendo oito de prisão temporária e nove de busca e apreensão domiciliar foram cumpridos.

Entre os alvos, estão quatro policiais militares. De acordo com a polícia, eles usavam o cargo público para realizar atividade extra. Alguns deles faziam o trabalho de segurança em lojas do comércio e outros usavam a farda para realizar cobranças financeiras de empresários dos municípios.

O grupo, que era liderado pelo sargento do 24º batalhão, identificado como Orlay Soares dos Santos, também é acusado pela prática de extorsão à servidores públicos, homicídios e porte ilegal de munições e armas de fogo.

Atuação do grupo

O delegado Bruno Vital, da Divisão de Homicídios do Agreste, detalha a dinâmica da organização. Ouça na reportagem de Juliana Oliveira:

Ainda de acordo com o delegado, os policias também faziam escolta dos empresários e chegaram até a trabalhar como segurança de políticos nas eleições passadas.

Os policiais militares faziam o trabalho durante o horário de serviço e usavam até a viatura policial. Durante as investigações, a polícia comprovou também que os militares emprestavam as armas de fogo para outros integrantes do grupo que não eram policiais.

Durante a operação, foram apreendidas armas de fogo, balaclava e coletes balísticos. Os quatro militares foram encaminhados para o Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed) e os demais integrantes da organização criminosa foram conduzidos ao Presídio de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste.