INVESTIGAÇÃO

Nova fase da Lava Jato mira compra de votos na escolha do Rio como sede olímpica

A PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e na sede da entidade

Rádio Jornal
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Publicado em 05/09/2017 às 7:49

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Policiais federais cumprem na manhã desta terça-feira (5), no Rio de Janeiro, dois mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, em nova fase da Operação Lava Jato. A Operação Unfair Play tem o objetivo de desmontar um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas por parte do governo fluminense.

As investigações, que contam com apoio de autoridades francesas, indicam a possibilidade de participação de dono de empresas terceirizadas em suposto esquema de corrupção internacional para a compra de votos para a escolha da cidade do Rio de Janeiro pelo Comitê Olímpico Internacional como sede das Olimpíadas 2016, “o que ensejou pedido de cooperação internacional com a França e os Estados Unidos”, diz a nota da Polícia Federal.

PF faz busca no COB e em casa de Nuzman

Entre os mandados, a Polícia Federal cumpre busca e apreensão na casa do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e na própria sede da entidade. Nuzman é apontado como suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes africanos do Comitê Olímpico Internacional para a escolha da cidade do Rio de Janeiro. Ele foi intimado a depor na tarde desta terça-feira na sede de Polícia Federal.

A investigação também tem como alvo o empresário Arthur César de Menezes Soares, conhecido como "Rei Arthur", investigado por fazer parte do suposto esquema de corrupção na escolha do Rio como sede olímpica. Ele e sua sócia, Eliane Cavalcante, ainda são investigados por suspeita de desvio de recursos e lavagem de dinheiro de contratos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral.

“As investigações, iniciadas há nove meses, apontam que os pagamentos teriam sido efetuados tanto diretamente com a entrega de dinheiro em espécie, como por meio da celebração de contratos de prestação de serviços fictícios e também por meio do pagamento de despesas pessoais. Além disso, teriam sido realizadas transferências bancárias no exterior para contas de doleiros”, diz a PF

Os mandados judiciais foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal, no Rio, e estão sendo cumpridos em endereços nos bairros do Leblon, Ipanema, Lagoa, centro, São Conrado, Barra da Tijuca, na zona sul, e do Jacaré, na zona norte, e no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e em Paris, na França.