MORADIA

Moradores de comunidade em Boa Viagem protestam contra desapropriação

Cerca de 12 famílias que moram na comunidade do Pocotó, em cima do Túnel Augusto Lucena receberam prazo de 72h para desocupar a área

Rádio Jornal
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Publicado em 14/09/2017 às 7:52

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Um grupo de moradores da Comunidade do Pocotó, em Boa Viagem, na Zona Sul, realizam um protesto em uma das vias
importantes do bairro. Eles se concentram na Rua Ernesto de Paula Santos, na descida do viaduto Tancredo Neves, no sentido
Boa Viagem. A desapropriação da comunidade no local é o motivo da manifestação.

De acordo com o coordenador do MTST em Pernambuco, Rud Rafael, os moradores querem um diálogo com a Prefeitura do Recife. "A gente quer uma solução real para o problema. Ninguém mora em cima do túnel porque quer, existe um déficit habitacional no Recife e a comunidade do Pocotó representa isso, não adianta despejar e amplificar o problema", disse.

Saiba mais na reportagem de Rafael Carneiro

Moradores receberam prazo de 72h para desocupar viaduto

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Na última segunda-feira (11), uma equipe composta por um oficial de Justiça, representantes da Prefeitura da Cidade do Recife e policiais militares entregaram uma ordem de desocupação da área em um prazo de três dias. Hoje, cerca de 12 famílias moram na comunidade do Pocotó, em cima do Túnel Augusto Lucena e ao lado do Viaduto Tancredo Neves, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

Os moradores não assinaram o documento, mas afirmam que já foram alertados de que podem ser retirados do local com uso de força policial, caso descumpram a determinação. Os moradores dizem não ter para onde ir.

As famílias vivem em meio a incertezas desde abril. Em 1º de setembro, a 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital determinou a imediata desocupação do local, atendendo a pedido da prefeitura.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, a moradora Juliana Rodrigues, que mora há cinco anos na comunidade com a família, disse que as cerca de 40 pessoas que moram na comunidade não têm opções. "Nos indicaram um terreno que fica na beira da maré. Nós não temos como ir para lá, é muito arriscado, tem crianças que podem cair na maré", disse preocupada a moradora. "A situação é terrível. Já acordamos com uma bomba dessas. Tem gente que mora aqui há 15 anos. A gente não tem para onde ir", concluiu, explicando que uma comissão de moradores vai pedir ajuda à Defensoria Pública ainda na manhã desta segunda-feira.