POLUIÇÃO

Lixo acumulado no canal do Arruda é sustento de famílias carentes no Recife

É possível encontrar no canal do Arruda, na Zona Norte do Recife, materiais como plástico, vidro, madeira, ferro e até animais mortos

Rádio Jornal
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Publicado em 06/11/2017 às 16:55

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O canal do Arruda, que fica na Avenida Professor José dos Anjos, próximo ao Estádio do Santa Cruz na Zona Norte, já é conhecido pela população recifense pela grande quantidade de lixo que acumula. O local serve de depósito de todo tipo de material: plástico, vidro, madeira, ferro, eletrodomésticos e até animais mortos são encontrados por lá.

Em meio a tantos entulhos dentro da água poluída, muitos pais de família tiram o sustento do lar. Há 30 anos o catador de material reciclável Manoel Alexandre de Souza, de 49, vive da reciclagem. Todos os dias ele precisa entrar na água suja e enfrentar o lixo e a lama. Tudo o que servir para reciclar o catador retira da água e vende em cooperativas.

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Senhor Manoel não reclama do trabalho, mas diz que tem medo de sofrer acidentes com os objetos descartados no canal e também se preocupa com doenças transmitidas pela agua contaminada. A única proteção que ele usa é um par de botas e, para retirar o lixo, senhor Manoel utiliza um pedaço de madeira e as próprias mãos.

As imagens abaixo foram feitas na manhã do último sábado (4):

Em dias de maré alta a água chega quase no pescoço e, como se não bastasse, em meio a sujeira estão cobras, ratos e até um jacaré. Mas é preciso enfrentar tudo isso para alimentar uma família com seis pessoas.

Assim como senhor Manoel, muitas outras pessoas também se arriscam no mesmo canal. O catador de recicláveis Claudemir Silva, de 47 anos, é uma delas. Com quatro filhos pequenos ele vê na água suja a oportunidade de ganhar a vida.

Ouça os detalhes na reportagem de Juliana Oliveira:

Histórico de sujeira

De acordo com os catadores, a Prefeitura do Recife não faz a limpeza do canal periodicamente. Há exatos quatro anos a Rádio Jornal também registrou a cena onde três crianças moradoras da comunidade Saramandaia, que fica no entrono do canal, nadavam entre os entulhos catando latas para vender e ajudar no sustento da família.