Pernambuco

Operação da PF foi desproporcional, diz secretário de Paulo Câmara

Secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, concedeu entrevista à Rádio Jornal na tarde desta quinta-feira (8)

Rádio Jornal
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Publicado em 09/11/2017 às 16:56

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Em entrevista à Rádio Jornal na tarde desta quinta-feira (9), o secretário de Planejamento e Gestão do governador Paulo Câmara (PSB), Márcio Stefanni, usou o mesmo tom de crítica adotado pelo Governo do Estado em nota divulgada no final desta manhã, quando comentou a Operação Torrentes, que realizou mandados de busca e prisões temporárias em Pernambuco. Alguns dos mandados de busca foram realizados em prédios públicos do Recife, entre eles o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado.

Para Stefanni, a operação da Polícia Federal foi "desproporcional", quando levado em consideração que os documentos buscados pela PF não estavam no anexo do Palácio. "Pessoas ingressarem na sede do governo, na Casa Militar, que fica num anexo do Palácio do Campo das Princesas, com fuzis, com um aparato de força imenso, quando lá não existe nenhum documento referente à operação. Os documentos referentes à operação estão na coordenação da defesa civil de Pernambuco", disse Stefanni.

Esse segundo prédio citado pelo secretário fica na Avenida Cruz Cabugá, no bairro de Santo Amaro, e segundo ele, "lá, onde estavam os documentos, foi uma força muito menor. Então isso realmente causa um espanto e foi isso que o Governo do Estado expressou na nota".

Nota do Governo do Estado:

Em sua nota, o governo criticou a abordagem da Polícia Federal. "É absolutamente lastimável o processo de espetacularização negativa das atividades de controle da atuação pública. O que assistimos hoje é exemplo da grave prática de buscar criminalizar toda a atuação dos agentes públicos e políticos", diz a nota. E defendeu o trabalho desenvolvido para minimizar os efeitos das enchentes. "Os trabalhos da Operação Reconstrução envolveram grande número de servidores públicos, que realizaram um esforço extraordinário na missão de minimizar o sofrimento que as enchentes causaram à população pernambucana".

Confira a entrevista com Márcio Stefanni na íntegra:

Operação Torrentes

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira a "Operação Torrentes”, que visa desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos vinculados à Secretaria da Casa Militar do Estado de Pernambuco de verbas destinadas à recuperação das cidades afetadas pelas enchentes de 2010 e 2017.

As equipes da PF foram vistas em prédios públicos, como no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. A Casa Militar é o principal alvo dos agentes. Estão sendo cumpridos mandados de prisão temporária, condução coercitiva e busca e apreensão.

A investigação teve início em 2016, a partir de um relatório elaborado pela Controladoria-Geral da União (CGU) com relação
aos gastos efetuados pela Casa Militar no valor de R$ 450 milhões que foram repassados pela União na denominada
“Operação Reconstrução” para assistência às vítimas das enchentes que devastaram diversos municípios da Zona da Mata
Sul pernambucana em junho de 2010.

Confira todos os detalhes da operação na reportagem de Rafael Carneiro: