DESCASO

Caso de abandono de incapaz expõe fragilidade do Conselho Tutelar do Recife

No Conselho Tutelar da Boa Vista, a polícia esperou 4 horas para receber atendimento a três crianças encontradas em situação de abandono na Mustardinha

Rádio Jornal
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Publicado em 13/11/2017 às 14:06

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O Conselho Tutelar decidiu conceder a guarda provisória de três crianças encontradas sozinhas em casa sujas e com fome com uma vizinha dos pais delas. Após uma denúncia, policiais recolheram duas meninas de 5 e 3 anos e um menino de um ano e seis meses no bairro da Mustardinha, na Zona Oeste do Recife.

Segundo informações da vizinhança, o casal tem 5 filhos e a mãe das crianças foi hospitalizada após entrar em trabalho de parto do sexto. Uma vizinha do casal, que não quer ser identificada, relata a situação de vulnerabilidade que a família vive. “As crianças ficam abandonas direto. Os vizinhos que sustentam”, disse. Segundo ela, as crianças são usadas pelo pai para pedir dinheiro, mas o valor é utilizado para comprar drogas.

Descaso no atendimento

As crianças foram recolhidas por uma equipe da Central de Plantões. Ao se dirigirem a uma unidade do Conselho Tutelar, localizada na Rua Gervásio Pires, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, encontraram o local fechado sem profissionais para realizar o atendimento. O agente Paulo Barbosa reclama do descaso. “Era para ter profissionais de plantão. Hoje é domingo, mas tá aí, abandonado”, reclamou.

Os detalhes na reportagem de Carol Santos:

Justificativa

De acordo com o conselheiro Rafael Reis, a profissional que deveria estar de plantão este domingo está sob dispensa de 15 dias do trabalho devido a um atestado médico. O conselheiro que deveria substituir Maria José Gomes faltou o plantão e o local permaneceu fechado por horas.

Os policiais chegaram às 11h, mas receberam atendimento apenas às 15h. O conselheiro Rafael Reis prestou atendimento às crianças e justifica o ocorrido. “Essa situação é muito séria. O Conselho Tutelar é um serviço público essencial, ele não deve ter nenhum tipo de interrupção”, disse.

O caso deve ser averiguado pela Coordenadoria do Conselho Tutelar do Recife.