Pernambuco foi o estado brasileiro que registrou a maior queda de natalidade em 2016, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A redução foi de 10%, em relação ao ano anterior. Sobre o assunto, o comunicador Ednaldo Santos conversou, nesta terça-feira (21), com o ginecologista Agostinho Machado, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em Reprodução Humana.
Para o médico, uma das principais razões pelas quais muitas mulheres pernambucanas optaram por adiar o sonho da gravidez foi a epidemia do Zika, sobretudo pelo medo diante dos recorrentes casos recorrentes de microcefalia em crianças nascidas no estado. Dr. Agostinho revelou, ainda, que a busca pelo serviço público de fertilização também sofreu uma queda no ano passado.
Ouça a entrevista na íntegra:
Mudança na dinâmica social
Além do medo da microcefalia nas crianças, a queda no número de nascimentos em 2016 também se justifica por uma nova dinâmica social, de acordo com o especialista em fertilidade humana. “Mudou a quantidade de filhos, as famílias estão menores e muitas mulheres estão adiando a maternidade em seus projetos de vida pessoal e profissional”, observa o médico.
Outra estatística comentada durante entrevista diz respeito à faixa etária na qual as mulheres dão à luz no Brasil. O ginecologista avalia que o número de mulheres que planejam engravidar após os 30 cresceu bastante nas últimas décadas. Ele aponta ainda que, na quarta década de vida, a partir dos 40 anos, os problemas da ordem de infertilidade são mais comuns.