Um mutirão realizado pela prefeitura de Olinda para limpar o Canal da Malária, na Região Metropolitana do Recife, está sendo denunciado por moradores do bairro do Varadouro. Segundo eles, a retroescavadeira utilizada para a limpeza está destruindo toda a vegetação de mangue do local. A reportagem da Rádio Jornal esteve no local e também verificou caranguejos mortos dentro do canal.
"Na verdade, o que tá acontecendo aqui é a destruição do manguezal, que purifica a água. Você pode ver muitos caranguejos mortos. A pá mecânica tira todo o material, independentemente de ser lixo ou não. Olinda é patrimônio nacional ambiental, parece que o prefeito não aprendeu a lição", disse Ivan Mineirinho, que é morador da região.
Saiba mais na reportagem de Juliana Oliveira
A prefeitura informou que a intenção do mutirão é para tirar o lixo do local e também a vegetação. "Ali há uma barreira com essa vegetação. Com isso os lixos ficam acumulados naquela região. Diversas áreas ficam alagadas no período de chuvas devido ao transbordamento do canal. Sem a remoção dessa vegetação, essas enchentes iriam acontecer em outras oportunidades", afirmou Givaldo Calado, secretário de manutenção urbana de Olinda.
CPRH afirma que licença para a ação está vencida
A licença para a remoção do lixo do Canal da Malária, concedida pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), está vencida e uma equipe será enviada ao local. "As informações que temos é para a requalificação do canal, uma coisa maior. Se existe uma limpeza da prefeitura que não afete a vegetação, de rotina, aí tudo bem. Vamos encaminhar uma equipe lá. Pode ser que, ao chegar lá, verifiquemos que não seja algo tão grave. A gente emitiu a licença para esse território, mas o prazo expirou em junho deste ano", disse Walber Santana, diretor de recursos florestais e biodiversidade da CPRH.
Ainda segundo Walber, a CPRH irá verificar também a maneira como a fauna está sendo manuseada na ação da prefeitura. "Temos observações em relação a fauna. Todo o manuseio dessa área deve seguir os critérios técnicos repassados pela CPRH".