TRISTEZA

Minha filha sofreu muito, diz pai de universitária morta pelo namorado

Pai de Remís Carla contou que o companheiro da estudante não aparentava ser agressivo. Universitária foi encontrada morta atrás da casa do namorado

Rádio Jornal
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Publicado em 25/12/2017 às 10:19

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O técnico de enfermagem, José Carlos Costa, esteve na manhã deste domingo (24), véspera de Natal, no Instituto Médico Legal (IML), em Santo Amaro, para buscar a certidão de óbito da filha de 24 anos, Remís Carla. "Minha filha sofreu muito, era uma mulher batalhadora, independente", desabafou. Segundo a Polícia Civil, a jovem foi assassinada pelo ex-namorado, o pedreiro Paulo César de Oliveira, de 25 anos, preso após confessar o homicídio. O funeral está marcado para a manhã deste domingo (24) e por causa do estado avançado de decomposição do corpo não haverá velório.

Emocionado, José contou que o ex-companheiro da estudante não apresentava comportamentos agressivos. "Ele chegou a morar um tempo conosco, demos muita confiança para ele nunca aparentou que agredia. Mas ela sofria calada, era uma mulher com um futuro brilhante", desabafou.

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José ainda afirmou que, só após o desaparecimento da filha, começou a aparecer indícios de agressão do ex-companheiro. "Só depois que Remís desapareceu, ficamos sabendo do cárcere privado, das agressões, que ele chegou até a quebrar o celular" disse.

Em novembro, a jovem denunciou Paulo à Delegacia da Mulher, por agressão, injúria e ameaça. Remís chegou a receber uma medida protetiva, mas, segundo a Polícia, Paulo não foi encontrado para assinar a notificação. Ela se afastou dele, mas voltaram a se aproximar no último dia 14.

A jovem estava desaparecida desde o último domingo (17), quando foi vista pela última vez na casa do ex-namorado no bairro de Caxangá, Zona Oeste do Recife.

Relembre o caso

Remís Carla Costa desapareceu no último domingo (17), após sair da casa do ex-namorado, Paulo Cesar de Oliveira. De acordo com a família da jovem, a garota e o rapaz discutiram naquele dia, dentro da casa dele, no loteamento Nova Morada. Remís teria saído da residência de Paulo, sem dizer onde iria. O último contato com os familiares e amigos foi também no domingo, por meio de mensagens em redes sociais.

Em depoimento à polícia, o ex-namorado negou agressões à jovem. Durante seis horas, Paulo continuou afirmando que, após a briga na tarde do domingo, ele não teve mais informações da namorada.

FEMINICÍDIO

É uma tipificação do crime de homicídio qualificado e se caracteriza pelo assassinato de uma mulher pelo fato dela ser mulher, em decorrência da violência doméstica, ou pela dominação do homem sobre a mulher. Em última instância, o feminicídio significa o controle sobre a vida e a morte.

A pena para um crime de homicídio é de 6 a 20 anos. No caso do homicídio qualificado, incluindo o feminicídio, a pena vai de 12 a 30 anos. A pena é aumentada em até um terço, se for cometido na frente de menores de 14 anos.

*Com informações do JC Online