Entrevista

Ideal não é manter as pessoas indefinidamente no Bolsa Família, diz Temer

Michel Temer disse que o ideal é que os beneficiários sejam inseridos no mercado de trabalho, para que o Bolsa Família não seja mais necessário

Rádio Jornal
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Publicado em 02/02/2018 às 7:48

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O presidente Michel Temer (MDB) concedeu entrevista na manhã desta sexta-feira (2) ao programa Super Manhã, apresentado pelo comunicador Geraldo Freire, na Rádio Jornal. Entre vários assuntos, Temer falou sobre a reforma da previdência, as obras da transposição do Rio São Francisco em Pernambuco, as desavenças no PMDB local, a posse de Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho e também sobre o futuro do Bolsa Família. Segundo o presidente, ele tem trabalhado em projetos que tirem as pessoas da condição de pobreza, inserindo-as no mercado de trabalho. "Nosso ideal não é manter as pessoas indefinidamente no Bolsa Família", comentou o presidente.

O presidente respondia a uma pergunta sobre a reclamação de políticos do estado, que reclamam da ausência de repasses, especificamente com relação aos repasses de verbas para a transposição do Rio São Francisco em Pernambuco: "Eu acho que isso é coisa de quem quer brigar com o presidente, viu, Geraldo. Porque na verdade o nosso ministro Helder Barbalho a todo momento está comigo para obter verbas para a transposição em geral... E de fora a parte da transposição, o que nós temos feito também para os mais carentes de Pernambuco. Se você me permite dar um exemplo, o atendimento do Bolsa Família, por exemplo, passou de 1 milhão e 96 (mil) pessoas... família, né, para 1 milhão 154 mil pessoas. Portanto, aumentando muito esta assistência. Agora também aproveitar para dizer que o nosso ideal não é manter indefinidamente as pessoas no Bolsa Família. Nós lançamos um programa, chamado 'Progredir', que visa exatamente a que os filhos dos bolsistas possam ser contratados por supermercados, bancos, enfim, as mais variadas atividades para que, um dia, daqui a algum tempo, seja perfeitamente possível eliminar este Bolsa Família".

Sobre a reforma da previdência, Michel Temer disse que "as reformas já causaram efeito". Para o presidente, a aprovação da reforma da previdência é algo necessário para o futuro da economia e do orçamento do estado. "O meu governo aguenta. O que não vai aguentar são os próximos anos".

Ouça a entrevista ma íntegra:

Temer participa nesta manhã da cerimônia de Entrega da Estação EBI-2 do eixo Norte do Projeto de Transposição do Rio São Francisco, no município de Cabrobó, no sertão do Estado. Ele foi acompanhado pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MBD) e o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho. Em maio de 2016, a então presidente Dilma Roussef (PT), também visitou o município para vistoriar as obras, ás vésperas da votação do relatório do impeachment no Senado Federal.
Eixo Norte da Transposição

O último trecho que falta para concluir o empreendimento que leva água para região do sertão do Nordeste tinha previsão de ser entregue em setembro de 2017, mas acabou paralisado por sucessivos questionamentos judiciais em seu processo licitatório. Pouco tempo depois que Temer assumiu a Presidência da República, o Eixo Norte foi paralisado.

A empreiteira Mendes Júnior, responsável pela obra, saiu da construção após envolvimento nas investigações da operação Lava Jato. Em abril, o primeiro colocado do novo processo licitatório, um consórcio formado pelas empresas Passarelli, Construcap e PB Engenharia, foi desclassificado por critérios técnicos, embora tivesse apresentado a melhor proposta, de R$ 441,8 milhões, um deságio de 23% em relação ao valor estabelecido pelo governo, de R$ 574 milhões.

O segundo colocado, formado por Marquise, Ivaí Engenharia e EIT, foi inabilitado pelo mesmo motivo. O Ministério da Integração Nacional passou a negociar, então, com o terceiro colocado, o consórcio Emsa-Siton, com o qual acabou fechando a proposta. Em abril, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) concedeu uma liminar que parou a licitação para contratação das obras, atendendo a alegações de uma das concorrentes na disputa. O Ministério apresentou um pedido por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) pedindo autorização para tocar as obras, concedida então pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A pasta assinou o contrato com o consórcio no dia 20 de abril.