BRUTALIDADE

Jaboatão: homem que degolou mulher não será indiciado por feminicídio

Delegado alegou que não viu provas periciais para indiciar o suspeito por feminicídio; crime aconteceu em dezembro do ano passado

Rádio Jornal
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Publicado em 02/02/2018 às 14:00

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A Polícia Civil prendeu o suspeito de matar e degolar uma diarista, em Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no dia 10 de dezembro do ano passado. Alefy Richardson da Silva, de 22 anos, foi encontrado em Vila Rica onde estava morando com uma companheira e não resistiu durante a prisão.

A equipe da Delegacia de Piedade conseguiu encerrar o caso em 10 dias, mas para ter o mandado de prisão preventiva expedido teve que esperar o fim do recesso do judiciário. Com a autorização, a polícia conseguiu chegar até o jovem que estava foragido, segundo ele, por ser ameaçado de morte na comunidade.

Feminícidio descartado

Questionado sobre mais um crime de feminicídio, o delegado apontou que a partir dos elementos coletados em depoimentos e provas periciais indiciou Alefy em homicídio qualificado e destruição de cadáver. “Não houve lesões que pudesse demonstrar uma luta (...) lesões de defesa no corpo da vítima que pudesse ter havido, por exemplo, uma tentativa de estupro, não há nada nesse sentido que pudesse caracterizar uma luta", disse o delegado. "A versão apresentada por ele parece fantasiosa e realmente a gente encara que a versão dele não é crível", completou.

Em depoimento ao delegado Izaías Tibúrcio, o homem que não possui antecedentes criminais, confessou a morte alegando que não queria ter relações sexuais com a vítima Maria Aparecida dos Santos Fidelis, de 52 anos. “A vítima tentou manter relações sexuais com ele. Ele não quis e empurrou a vítima, momento em que ela deu um tapa nele. Ele pegou uma faca que estava sobre a mesa e a esfaqueou”, contou o suspeito em depoimento.

Confira os detalhes na reportagem de Rafael Carneiro:

Entenda o caso

No dia 10 de dezembro do ano passado, a diarista Maria Aparecida dos Santos Fidelis, de 52 anos, foi decapitada em sua casa, no bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. O corpo de Maria Aparecida foi encontrado na cama dela e a cabeça foi exposta no muro da residência.

Após o crime, o suspeito, Alefy Richardson foi consumir droga numa boca de fumo e lá recebeu apoio de um traficante chamado "Fernandinho" para destruir o cadáver e decapitou a diarista.

Em depoimento, o preso afirmou que Fernando, agora investigado pela polícia, chutou a cabeça da vítima e o próprio Alefy deixou a parte do corpo da vítima cravada no muro para evitar que cachorros se alimentassem dela.

Crime de feminicídio

É uma tipificação do crime de homicídio qualificado e se caracteriza pelo assassinato de uma mulher pelo fato dela ser mulher, em decorrência da violência doméstica, ou pela dominação do homem sobre a mulher. Em última instância, o feminicídio significa o controle sobre a vida e a morte.

A pena para um crime de homicídio é de 6 a 20 anos. No caso do homicídio qualificado, incluindo o feminicídio, a pena vai de 12 a 30 anos. A pena é aumentada em até um terço, se for cometido na frente de menores de 14 anos.

Preso preventivamente no Cotel, Alefy Richardson da Silva fica à disposição da justiça para responder ao processo.