CASO MARIELLE

Corregedoria investiga autoria de mensagem em rede social de delegado

Na mensagem atribuída ao delegado Jorge Ferreira, ele diz que a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros, era envolvida com o narcotráfico

Rádio Jornal
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Publicado em 19/03/2018 às 14:56

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A Associação de Delegados de Polícia Pernambuco (Adeppe) vai acompanhar as investigações sobre a autoria de uma postagem feita em uma rede social do delegado Jorge Ferreira, do Departamento de Polícia da Mulher, criticando a vereadora Marielle Franco. Nesta segunda-feira, representantes da associação, da Polícia Civil e o próprio delegado participaram de uma reunião na sede da Polícia Civil para discutir a situação.

A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado abriu uma sindicância para apurar o caso.

Por meio de nota, a secretaria afirma que o teor da publicação é incompatível com o posicionamento do governo, da SDS e da Polícia Civil. No texto, a SDS afirma que encaminhou o conteúdo da postagem à Corregedoria Geral, que iniciou uma investigação preliminar.

Caso seja confirmada a autoria da publicação, será instaurado um procedimento administrativo disciplinar. O delegado vai ficar à disposição do setor de recursos humanos da Polícia Civil.

O presidente da Adeppe, Francisco Rodrigues declara que não acredita que a postagem tenha sido escrita pelo delegado. Ele afirma que o afastamento foi precipitado.

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Postagem

O delegado foi afastado das funções na última sexta-feira, depois da repercussão do caso. No texto postado na rede social, Jorge Ferreira aponta a vereadora Marielle Franco, morta na última quarta-feira, no Rio de Janeiro, como “mulher de bandido” e envolvida com o narcotráfico.

Confira os detalhes na reportagem de Felipe Pessoa:

Delegado nega

Em vídeo publicado após a repercussão do fato, o delegado afirma que não foi ele quem postou o texto. Jorge Ferreira prestou queixa na delegacia de paulista.

Veja o vídeo publicado no Facebook do delegado

Relembre o caso

A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros no bairro do Estácio, região central da capital carioca, na noite desta quarta-feira
(14). Ela estava dentro de um carro acompanhada do motorista Anderson Gomes, que também foi morto, e de uma
assessora, quando teria sido abordada por outro veículo.

A assessora Fernanda Chaves sobreviveu ao ataque e não teria sofrido nenhum tiro, segundo o Corpo de Bombeiros. Em nota, o PSOL exigiu apuração imediata dos fatos e exaltou o trabalho da vereadora na área dos direitos humanos. Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar.

Oriunda da favela da Maré, zona norte do Rio, ela tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública.