REPERCUSSÃO

Jovem que teve testa tatuada após furto é preso furtando desodorante

O rapaz de 18 anos teve a testa tatuada com a frase "eu sou ladrão e vacilão", no ano passado; o tatuador e outro homem foram presos por tortura

Rádio Jornal
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Publicado em 26/03/2018 às 16:44

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Um jovem que teve a testa tatuada com a frase “eu sou ladrão e vacilão”, no ano passado, após tentar furtar uma bicicleta, foi preso em flagrante furtando desodorantes de um supermercado, na noite de sábado (24), em Mairiporã, na Região Metropolitana de São Paulo.

Ruan Rocha da Silva, de 18 anos, ainda tem resquícios da tatuagem na testa e foi surpreendido quando guardava os produtos na calça. O dono do estabelecimento abordou o jovem e encontrou cinco frascos de desodorante escondidos nas roupas do suspeito e acionou a Polícia Militar.

Ele foi levado à delegacia de polícia da cidade e autuado por furto, mas pagou fiança de R$ 1 mil e vai responder pelo crime em liberdade. Segundo a Polícia Civil, Ruan está internado numa clínica para dependentes de drogas e álcool na cidade, há dez meses, e teria tido uma recaída. Ele foi levado de volta para a clínica em que está se tratando, Grand House.

Representantes da clínica acompanharam o depoimento do rapaz e vão designar um advogado para acompanhar o caso na esfera policial.

Condenados

O caso de Ruan Rocha ficou conhecido depois de uma enorme repercussão nas redes sociais, quando o jovem teve a frase riscada pelo tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, de 27 anos, e o vizinho dele, o pedreiro Ronildo Moreira de Araujo, em São Bernardo do Campo, em 31 de maio de 2017. Os dois alegaram que queriam aplicar uma lição no adolescente, então com 17 anos, por ter tentado furtar uma bicicleta adaptada para deficiente físico.

Os agressores prenderam o rapaz numa sala e filmaram Ruan sendo tatuado na testa com as frases “eu sou ladrão e vacilão”. O material foi postando em redes sociais.

Maycon e Ronildo foram presos em 9 de julho de 2017, acusados de tortura. Em fevereiro deste ano, a Justiça condenou Maycon à pena de três anos e quatro meses de reclusão em regime inicial semiaberto pelos crimes de lesão corporal gravíssima e constrangimento ilegal.

Araújo, que divulgou o vídeo, pegou três anos e onze meses de reclusão em regime inicial fechado pelos mesmos crimes. A defesa dos dois homens entrou com recurso e aguarda julgamento.