Uma ação conjunta da Polícia Federal e da Força Tarefa Previdenciária em Pernambuco afastou do cargo público uma servidora da previdência privada de uma agência no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. De acordo com a polícia, a mulher tem 54 anos e há 35 é funcionaria federal. Ela é suspeita de fraudar documentos de pessoas já falecidas para conceder pensão por morte para terceiros. As fraudes vinham acontecendo desde 2014 e a polícia acredita que 15 pensões foram forjadas. Após identificação, os benefícios foram suspensos.
A Operação Calabarismo foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (2) e cumpre cinco mandados de busca e apreensão e 17 de intimação. As buscas são em agências do INSS nos bairros da Iputinga e Pina, no Recife, e em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. Documentos que estavam na casa da servidora também foram recolhidos.
O delegado federal Orlando Neves detalhou como a funcionária realizava as fraudes. “Pelo acesso que ela tinha aos sistemas da previdência ela verificava o beneficiário que faleceu e forjava o vínculo com esse beneficiário para que terceiros, que teriam direito, continuassem a receber aquele benefício”, explicou. “Eram feitos tantos contratos de união estável quanto algum vínculo (falso) comprovado entre o beneficiário e a pessoa que morreu para continuar recebendo esse benefício”, completou.
Os beneficiários envolvidos no esquema fraudulento deverão prestar depoimento. A mulher ainda não foi ouvida pela polícia.
Confira os detalhes na reportagem de Juliana Oliveira:
Operação Calabarismo
A Operação Calabarismo conta com o trabalho de 35 policiais que devem cumprir todo os mandados ainda nesta segunda-feira.
A polícia acredita que outros funcionários federais e pelo menos três intermediários estejam envolvidos na fraude e que com o andamento das investigações, irregularidades de outros tipos de benefícios possam aparecer.
Os envolvidos serão investigados pelos crimes de estelionato e informação de dados falsos no sistema previdenciário. As penas podem ultrapassar 17 anos de reclusão.
A servidora que já estava suspensa por decisão administrativa agora foi afastada da previdência por solicitação da Polícia Federal junto à justiça.
O número de aposentadorias fraudadas pela organização criminosa ainda está sendo alvo de levantamentos e os prejuízos financeiros causados aos cofres públicos até agora detectados chegam a R$ 183 mil.