Pesqueira

É vergonhoso? É!, diz Pedro Eurico sobre superlotação de presídio

Secretário comentou situação do presídio de Pesqueira que, de acordo com levantamento, está abandonado

Mayra Milenna Gomes
Mayra Milenna Gomes
Publicado em 24/04/2018 às 9:49
Foto: Leo Motta/JC Imagem
FOTO: Foto: Leo Motta/JC Imagem

O Secretário de Justiça e Direitos Humanos Pedro Eurico comentou, durante o Passando a Limpo, no Super Manhã desta terça-feira (24), sobre a superlotação do Presídio Desembargador Augusto Duque, em Pesqueira, Agreste do Estado. De acordo com levantamento realizado pela Pastoral Carcerária Nacional, publicado no Jornal do Commercio, o cenário é de abandono e o lugar é apontado como um dos piores do País. Pedro Eurico diz que não vai contestar a instituição que fez a análise e falou em números. "O presídio tem capacidade para 300 pessoas e tem 900 hoje. É uma superlotação de 200% a mais. É alto? É. É vergonhoso? É".

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Entre as soluções apontadas pelo secretário está um mutirão carcerário em parceria com a Defensoria Pública da União, que começa nesta quarta-feira (25). A construção de novos presídios também foi uma possibilidade levantada por Pedro Eurico. O de Tacamimbó, com capacidade para 700 pessoas, ainda tem 300 vagas. Presos de Pesqueira devem ser encaminhados para lá aos poucos. Outras unidades prisionais que podem ajudar a melhorar a situação do presídio de Pesqueira é Taquaritinga I, finalizado e com mil vagas, e Taquaritinga II, em processo de conclusão, também preparado para receber mil presos.

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Projetada para abrigar 144 presos, a unidade contabilizava 924 pessoas na última semana, de acordo com a Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres). O índice de superlotação é de 640%, número bem superior à média nacional de 197,4%. Uma das celas visitadas, com capacidade para 6 pessoas, era ocupada por 34. Os detentos dormem no chão, nos corredores e nas escadas. O número de presos está na origem de vários problemas estruturais, já que o prédio de quatro pavimentos não comporta tanta gente. De acordo com o relatório, há infiltrações, fios expostos e roupas por toda parte, “tornando o presídio uma ‘bomba-relógio’, que coloca em risco a vida de presos e trabalhadores.”