Boa Viagem

Cadeirante teria sido morto pelos altos juros que cobrava na agiotagem

Vítima foi morta a tiros perto da Barraca do Pezão, um dos trechos mais movimentados da praia de Boa Viagem

Mayra Milenna Gomes
Mayra Milenna Gomes
Publicado em 02/05/2018 às 14:00
Foto: cortesia WhatsApp
FOTO: Foto: cortesia WhatsApp

A Polícia Civil de Pernambuco investiga a morte de Newton David Monteiro de Lima, de 44 anos, assassinado na última terça-feira (1) na orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A vítima é cadeirante e foi morta a tiros perto da Barraca do Pezão, um dos trechos mais movimentados da praia - local que costumava frequentar todo final de semana. Ele aproveitava o feriado com amigos. O socorro foi registrado por imagens de celular que mostram o momento em que o paraplégico, ensanguentado na cadeira de rodas, é ajudado pelos colegas e empurrado até o próprio carro, onde morreu. A praia estava lotada. De acordo com a polícia, Newton David, conhecido como Carioca, morava em Vitória de Santo Antão, na Mata Sul do Estado.

Ouça informações com Kimberly da Silva:

Testemunhas contaram à polícia que dois homens chegaram em uma moto e estacionaram próximo à barraca. O garupa, que estava de capacete vermelho, se aproximou da vítima e efetuou três disparos. Depois, o assassino voltou para a moto e fugiu em direção à rua José Brandão, no bairro de Boa Viagem.

Motivação

De acordo com a polícia, o cadeirante era agiota e trabalhava com a compra e venda de carros. Para a delegada Eliane Caldas, o homicídio pode estar relacionado aos altos juros dos empréstimos, correspondidos à essa atividade. A polícia vai analisar as câmeras de monitoramento da via para identificar os criminosos. Ainda de acordo com a corporação, Newton ficou paraplégico após ter sofrido uma atentado há 12 anos, em Piedade, por conta da agiotagem. Na época, o crime foi encomendado por um corretor de imóveis, que devia R$ 200 mil ao cadeirante. Ele contratou dois policiais militares por meio do advogado dele. Todos os envolvidos foram condenados pela Justiça, menos um dos PM's que morreu antes do julgamento. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, Newton também respondia a um processo de homicídio qualificado, de 2014.