Com a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro completando três meses nesta quarta-feira (16), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, fez um balanço positivo da ação. Durante entrevista ao programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal, ele avalia a intervenção como a imagem do “copo meio cheio e meio vazio”. Escute na íntegra.
Resultados vão aparecer
Para o ministro, apesar do número ainda elevado de assaltos e tiroteios, o Rio de Janeiro passa por um momento de reestruturação das polícias e de mudança no sistema penitenciário, com novos equipamentos e renovação do setor de segurança.
“Isso não dá resultado em 90 dias. Bogotá (Colômbia) levou 9 anos para observar resultados positivos na segurança. Medelín (Colômbia) levou 8 anos”, declarou. O ministro acredita que estatísticas em breve vão apresentar melhoras. “Na medida que os resultados surgirem e a sensação de segurança for percebida, a população vai pedir para manter a intervenção”, disse o ministro sobre a intenção do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), ser favorável a prolongar o processo.
De acordo com o ministro Raul Jungmann, “a gente não pode largar o Rio de Janeiro de lado” e que será difícil a intervenção acabar se houver pressão da sociedade carioca. O ministro relembrou o caso da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), cuja execução em março tem suspeitas do envolvimento de milícias e até de um outro vereador carioca, Marcelo Siciliano (PHS): “Sempre que tiver o crime organizado controlando uma comunidade, você vai ter um representante do crime organizado sendo votado para algum lugar do parlamento, seja vereador, deputado estadual ou federal”.
Já sobre a possibilidade da suspensão da intervenção federal após as eleições de outubro para votar medidas como a Reforma da Previdência, Jungmann foi cético: “Não podem ser votadas questões antes das eleições. Só depois das eleições. Lá para outubro. Então o espaço é muito curto. É muito difícil paralisar a intervenção para votar qualquer medida no Congresso”, sinalizou.