ENTREVISTA

Copo meio cheio e meio vazio, diz Jungmann sobre intervenção no Rio de Janeiro

Ministro da Segurança, Raul Jungmann disse que resultados no Rio de Janeiro não serão vistos em 90 dias, mas que em breve melhoras serão percebidas

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 16/05/2018 às 9:55
Foto: Marcelo Camargo / ABr
FOTO: Foto: Marcelo Camargo / ABr

Com a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro completando três meses nesta quarta-feira (16), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, fez um balanço positivo da ação. Durante entrevista ao programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal, ele avalia a intervenção como a imagem do “copo meio cheio e meio vazio”. Escute na íntegra.

Resultados vão aparecer

Para o ministro, apesar do número ainda elevado de assaltos e tiroteios, o Rio de Janeiro passa por um momento de reestruturação das polícias e de mudança no sistema penitenciário, com novos equipamentos e renovação do setor de segurança.

“Isso não dá resultado em 90 dias. Bogotá (Colômbia) levou 9 anos para observar resultados positivos na segurança. Medelín (Colômbia) levou 8 anos”, declarou. O ministro acredita que estatísticas em breve vão apresentar melhoras. “Na medida que os resultados surgirem e a sensação de segurança for percebida, a população vai pedir para manter a intervenção”, disse o ministro sobre a intenção do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), ser favorável a prolongar o processo.

De acordo com o ministro Raul Jungmann, “a gente não pode largar o Rio de Janeiro de lado” e que será difícil a intervenção acabar se houver pressão da sociedade carioca. O ministro relembrou o caso da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), cuja execução em março tem suspeitas do envolvimento de milícias e até de um outro vereador carioca, Marcelo Siciliano (PHS): “Sempre que tiver o crime organizado controlando uma comunidade, você vai ter um representante do crime organizado sendo votado para algum lugar do parlamento, seja vereador, deputado estadual ou federal”.

Já sobre a possibilidade da suspensão da intervenção federal após as eleições de outubro para votar medidas como a Reforma da Previdência, Jungmann foi cético: “Não podem ser votadas questões antes das eleições. Só depois das eleições. Lá para outubro. Então o espaço é muito curto. É muito difícil paralisar a intervenção para votar qualquer medida no Congresso”, sinalizou.