PEGADINHA

MPPE oferece denúncia contra youtubers que invadiram Cotel

Os youtubers chegaram a ser presos após a "pegadinha", mas foram liberados após audiência de custódia

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 18/05/2018 às 15:56
Divulgação/ Polícia Civil
FOTO: Divulgação/ Polícia Civil

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu à Justiça denúncia contra os youtubers que invadiram o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, no dia 17 de abril. O grupou estava caracterizado como personagens da série La Casa de Papel, exibida pela Netflix, e estava gravando uma pegadinha para o canal no Youtube.

No dia do ocorrido, Gerson Farias de Albuquerque, Mateus Kleber Santos de Oliveira e Wesllay Meireles Lopes Costa chegaram a ser presos em flagrante e levados para a Delegacia do Paulista. Eles vão responder por quatro crimes em liberdade.

Denúncia

No entendimento da Promotoria de Justiça de Abreu e Lima, os denunciados cometeram os crimes de atentar a segurança de serviço de utilidade pública, desacatar funcionários públicos no exercício da função (artigos 265 e 331 do Código Penal), provocar alarme ou ato capaz de produzir pânico ou tumulto (artigo 41 da Lei de Contravenções Penais), além de corrupção de menor de 18 anos – porque um adolescente acompanhava o trio.

“No dia 17 de abril os denunciados, agindo com manifesto dolo, ingressaram sem autorização no Cotel, atentando gravemente contra a segurança do estabelecimento prisional”, afirmou a titular da 4ª Promotoria de Justiça de Abreu e Lima. O acesso se deu no momento em que o portão frontal foi aberto para saída de uma viatura.

A promotora de Justiça destacou que os denunciados se aproximaram de uma estrutura de alta segurança da unidade prisional, conhecida como gaiola, o que teria desencadeado atuação imediata dos agentes penitenciários, que acreditaram estar em curso uma invasão com a finalidade de resgate de presos.

Além de ocasionar extremo risco de morte, em razão da iminente possibilidade de efetivação de disparos, a ação dos denunciados gerou tumulto generalizado no Cotel, tendo em vista que “grande parte dos agentes penitenciários foram mobilizados para contenção e dominação dos invasores, fato que deixou outras áreas do estabelecimento vulneráveis e ocasionou evidente perigo ao serviço prestado pelo Cotel”, complementou a titular da 4ª Promotoria de Justiça de Abreu e Lima.