O presidente da Associação dos Supermercados de Pernambuco, Edvaldo Guilherme dos Santos, afirmou, em entrevista à Rádio Jornal que os estabelecimentos comerciais já começam a enfrentar problemas de abastecimento no setor de hortifruti. "Esses produtos, como frutas e verduras, a gente não estoca", disse. "Essa semana, chegou cerca de 50% do que a gente recebe e estamos com baixos estoques de batata, cenoura, laranja e banana, por exemplo", completa.
Nos casos dos outros produtos da cesta básica, além dos itens de higiene, limpeza e bebidas, os supermercados os estoques têm estoque para 7 dias. Sempre se trabalha com estoques para duas semanas, com reposição a cada semana. "Estamos abastecidos para essa semana, até segunda ou terça-feira. A partir da próxima quarta-feira, se essa paralisação não acabar, vamos ter problemas sérios", diz. "A gente está otimista que essa greve acabe para esses caminhões cheguem e a gente abasteça no tempo normal", afirma.
Alimentos seguros
Apesar de muitos produtos estarem presos nas estradas, Edvaldo Guilherme afirmou que não há risco da população consumir alimentos estragados, principalmente carnes. "Esses caminhões têm frigorífico que fica ligado enquanto o caminhão tiver diesel. Só fica ruim se acabar o combustível", disse. Ele afirma ainda que as lojas e os centros de distribuição analisam os produtos na hora do recebimento e podem se negar a aceitar a carga de produtos sem qualidade.
Edvaldo Guilherme afirma que também está em contato com os distribuidores locais, grandes atacadistas e distribuidores, para repor os estoques de produtos não perecíveis. "Mesmo sem precisar, a gente está estocado. A gente não pode é ter estoque de carnes e de hortifruti", comenta.
Jogo de cintura
Em um supermercado localizado no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife, ainda não dá para perceber o desabastecimento. O gerente do estabelecimento, Alberto Calixto, afirma que conseguiram receber de alguns fornecedores nesta sexta-feira. De acordo com ele, os problemas são pontuais, justamente nas áreas que Edvaldo Guilherme afirma serem as mais críticas: carnes e hortifruti. "A gente tem tentado contactar outros fornecedores para não deixar o produto faltar 100%", diz.
Para Alberto Calixto, não é preciso se desesperar nem fazer estoque em casa. "A gente entende que o momento é difícil, mas, pelo menos aqui, a gente está operando normalmente". Ouça na reportagem de Mhatteus Sampaio: