COPA DO MUNDO

Jurista russa denuncia brasileiros que humilharam mulher em vídeo

Os quatro brasileiros que induziram uma mulher a participar de vídeo com atos machistas podem responder por violência e humilhação pública

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 20/06/2018 às 9:34
Foto: Reprodução
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A jurista russa Alyona Popova denunciou os quatro brasileiros que aparecem em vídeos gravados na Rússia por violência e humilhação pública à honra e à dignidade de outra pessoa. Na petição, Alyona pede que os homens flagrados induzindo uma mulher participar de vídeo machista e a repetir palavrões em português sejam responsabilizados.

Com a petição de Alyona, o Ministério de Assuntos Interiores deve começar a investigar o caso. Além da petição, vão constar no inquérito os relatos já publicados na imprensa. A jurista é ativista feminista e umas das maiores referências na Rússia em defesa dos direitos da mulher.

Vídeo machista

Nas imagens, um grupo de brasileiros aborda uma mulher loura, que não teve a nacionalidade divulgada, e a faz repetir palavras chulas em referência ao órgão sexual feminino. Nos vídeos, os brasileiros dizem as palavras “boceta rosa” e a mulher as repete. O vídeo viralizou inicialmente no Brasil, mas já tomou proporções mundiais e chegou no País da Copa.

No documento, Alyona cita a repercussão do caso entre imprensa, autoridades e celebridades no Brasil. Segundo ela, as punições para os ofensores podem variar de multa a restrições na Rússia. De acordo com a jurista, existem várias opções de multas que podem ser aplicadas aos brasileiros, caso eles sejam condenados por humilhar publicamente a honra e a dignidade.

"Se comprovar que os estrangeiros cometeram os atos destinados a incitar o ódio ou inimizade, bem como a humilhação de uma pessoa ou grupo de pessoas em razão do sexo, raça, nacionalidade, língua, origem, atitude à religião, bem como pertencentes a um tanto o grupo social, publicamente ou usando a mídia, eles podem ser levados à responsabilidade criminal", disse ela em entrevista ao UOL Esportes. "Eles podem ter restrições para visitar a Rússia de novo. Se eles acumularem mais que uma multa por exemplo”, completou.

Brasileiros identificados

Dos quatro brasileiros que aparecem no vídeo, três homens já foram identificados. O advogado pernambucano Diego Valença Jatobá e o tenente da Polícia Militar de Santa Catarina Eduardo Nunes, além do engenheiro Luciano Gil. O quarto homem ainda não teve a identidade divulgada.

Para Alyona, os brasileiros deveriam vir a público pedir desculpas pelas ofensas à mulher e à Rússia. "Os cidadãos estrangeiros deveriam também pedir desculpas publicamente para a menina e a sociedade russa e admitir o comportamento do sexismo, a falta de respeito às leis da Federação Russa, o desrespeito em relação a um cidadão russo, insultos, humilhação da honra e dignidade de um grupo de pessoas com base no sexo", conclui.