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Terapias alternativas ajudam pacientes com fibromialgia

O Hospital das Clínicas criou um ambulatório multidisciplinar que oferece tratamento reumatológico, fisioterapia e acupuntura

Mayra Milenna Gomes
Mayra Milenna Gomes
Publicado em 03/07/2018 às 11:13
Foto: Pixabay
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O paciente com fibromialgia precisa de tratamento multidisciplinar. Além de tomar os medicamentos e do apoio psicológico, terapias alternativas, uma alimentação balanceada e exercícios físicos acompanhados por um profissional qualificado podem melhorar a qualidade de vida. O educador físico Cláudio Barnabé explica quais os exercícios mais indicados para quem tem fibromialgia.

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Aldemir Ferreira de 50 anos, deixou de praticar exercícios desde quando descobriu a doença, na adolescência. Alimentos industrializados, com glúten e com alto teor de açúcar não são indicados para quem tem a doença. Já outros podem ajudar no tratamento da fibromialgia, é o que garante a nutricionista, Jerluce Ferraz. É justamente uma a alimentação saudável que tem ajudado a jornalista Neli Zaidan, de 31 anos, a melhorar o tratamento da doença com a qual ela convive há um ano e meio.

Outro tratamento procurado pelos pacientes é a fisioterapia aquática, também chamada de hidroterapia. Por estar com o corpo na água, é possível fazer movimentos que em solo seria doloroso, como explica o fisioterapeuta William Brito. Apostando no tratamento integrado para melhorar a condição de vida de quem tem fibromialgia, o Hospital das Clínicas de Pernambuco criou em 2009 um ambulatório multidisciplinar que oferece tratamento reumatológico, fisioterapia e acupuntura.

Como em outros setores, o ambulatório já sofre com a super lotação. Lá são atendidos 440 pacientes considerados graves. O problema é que há dois anos não são abertas novas vagas. A reumatologista Aline Ranzolin, que coordena o ambulatório, afirma que – diferentemente do que acontece hoje - o tratamento da fibromialgia deve começar nas unidades básicas de saúde.

A estudante de psicologia Eugênia Souza tem 32 anos e mora em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Há treze anos ela descobriu que tem fibromialgia. Disposta a ajudar e orientar pacientes, Eugênia criou um grupo de extensão multidisciplinar na Universidade Federal do Vale do São Francisco. O projeto “Fribrovasf” reuniu durante dois anos 150 pessoas.

Com encontros semanais, pacientes, parentes e profissionais de saúde discutiram os desafios de quem tem a doença. No fim do projeto, foi aplicado um questionário com 58 participantes. O Ffibrovasf deu tão certo que, mesmo com o fim do projeto, o grupo mantem as discussões sobre o tema por aplicativo de celular. Até o fim do ano, os participantes vão criar uma associação para a pessoa com fibromialgia no Vale do São Francisco.

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Há dois mil quilômetros de Petrolina, está surgindo um tratamento que pode acabar com a dor dela e de milhões de brasileiros. É na cidade de São Carlos, em São Paulo, que pesquisadores do grupo de óptica do Instituto de Física, ligado à USP, estão aplicando ultrassom e laser na palma da mão do paciente. De acordo com eles, a região tem mais células sensoriais do que em pacientes sem fibromialgia. O laser teria uma função anti inflamatória terapêutica.

O projeto experimental tem 9 meses e já atendeu 120 pacientes. O coordenador do estudo, doutor Antônio Eduardo de Aquino Júnior, apresenta dados positivos, mesmo sem ter expectativa de quando o tratamento vai estar disponível nos hospitais.

A série

Com reportagem de Marcelo Barreto e Natália Hermosa. Trabalhos técnicos de Evandro Chaves.