Uma estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos, foi morta a tiros na noite dessa segunda-feira (23) em Manágua, capital da Nicarágua, que enfrenta uma onda de protestos que pedem a saída do presidente Daniel Ortega. Segundo informações de amigos, a pernambucana, de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, não participava de nenhum tipo de manifestação no país.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, um amigo de Raynéia, Anderson Felipe, a vítima era focada nos estudos e não participava de manifestações. "Era uma menina muito tranquila, durante todos esses protestos ela seguiu fazendo o seu "internato" ou seja, seguiu com seus estudos sem se meter ativamente em nenhum protesto", contou.
Segundo Anderson, após ser baleada, o namorado de Raynéia saiu do carro gritando. "Quando ela foi atingida, o seu namorado saiu do carro gritando que não fazia parte de nenhum grupo politico. Logo depois os atiradores fugiram", relatou.
O assassinato, divulgado pela imprensa local, foi confirmado pela Embaixada do Brasil na Nicarágua. Raynéia era estudante da Universidade Americana (UAM) e teria sido metralhada por manifestantes.
Onda de violência
O país vive desde abril uma onda de protestos que pedem a saída do presidente Daniel Ortega. O governo respondeu com violência aos manifestantes e ao menos 360 pessoas já foram mortas, a maior parte civis.
O governo nega ter ligação com os grupos paramilitares que são acusados de serem os responsáveis pela maioria das mortes, apesar deles usarem bandeiras do partido do presidente, a Frente Sandinista de Libertação Nacional.