MISTÉRIO

Caso Beatriz Mota: ex-funcionário de colégio nega ter apagado imagens

Os pais da menina Beatriz Mota, de 7 anos, pedem a prisão de um ex-funcionário do colégio onde a menina foi assassinada em dezembro de 2015

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 27/07/2018 às 15:30
Reprodução/ Facebook
FOTO: Reprodução/ Facebook

O técnico de informática Alisson Henrique negou ter apagado as imagens das câmeras de segurança do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, lugar onde aconteceu o assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em 10 de dezembro de 2015. Esta semana, os pais da menina pediram a prisão do ex-prestador de serviço da instituição de ensino.

Toda a investigação e o pedido de prisão contra Alisson Henrique corria em sigilo, até o vazamento das informações pelas redes sociais. Lúcia Mota e Sandro Romilton, pais da garota Beatriz, foram à imprensa expor o caso.

A prisão de Alisson chegou a ser decretada, mas foi indeferida pela juiza Elaine Brandão Ribeiro.

Confira a nota na íntegra:

“Eu Allinson Henrique, brasileiro, casado, autônomo, venho através desta nota à imprensa, exercer o meu direito de resposta e de defesa na mesma proporção que foi utilizado para me acusar injustamente de crime que não pratiquei.

O FATO: Recentemente, em blogs, rádios, na TV Grande Rio e na TV São Francisco fui vítima de matérias veiculadas com a participação e anuência de familiares da menina Beatriz Mota, vítima da tragédia pública ocorrida nas dependências do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Ao se manifestar sobre a minha pessoa a Senhora conhecida por Lúcia Mota, mãe da menina Beatriz Mota, bem como o pai, Sandro Romildo Ferreira afirmaram que eu fui responsável por adulterar ou suprimir imagens das câmeras do circuito interno do referido colégio a pedido de alguém ou para proteger alguém. Literalmente disseram que: “Voltei ao local do crime e dias após, na surdina, apaguei imagens.”

DIREITO DE RESPOSTA

Em que pese entenda a dor porque passam os familiares da vítima, pois, diferentemente do que pensam, sou ser humano e também sei me colocar no lugar do outro, no entanto, jamais poderei aceitar que acusações tão sérias e tão levianas possam ser alardeadas por qualquer meio, inclusive pela imprensa, e permanecer silente em relação a tais acusações. Pois bem! Até o presente momento permaneci em silêncio assistindo a tudo do meu canto e sem questionar, pois, ainda acredito no estado de direito e nas instituições, porém, depois da repercussão das matérias publicadas pela imprensa não me coube outra alternativa senão me insurgir vigorosamente contra os abusos que estão querendo praticar contra a minha pessoa.

Importante lembrar, que mantive durante quase 20 (vinte) anos contrato de prestação de serviço junto ao colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora onde exercia a função de técnico de informática, o que incluía apenas a assistência a computadores e redes, não incluindo sistema de monitoramento de câmeras, o que cabia a outra empresa.

Ocorre que após as acusações absurdas de que eu teria fraudado ou manipulado dados de imagens do dia em que houve a morte de Beatriz Mota, alguns esclarecimentos precisam ser prestados a sociedade do vale do São Francisco, vejamos:

No início de Janeiro de 2016, fui solicitado pela escola para dar apoio no fornecimento das imagens para a autoridade policial. Motivo pelo qual tive acesso ao setor de monitoramento. Fato esse que já foi esclarecido, em conjunto com o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora mais de uma vez as autoridades competentes.

Não apaguei imagem alguma de câmera nenhuma, esse ato perante a minha pessoa não existe, nunca tive intenção e não atrapalhei procedimento algum, para proteger ou beneficiar ninguém, sou um profissional, nunca tive nenhum tipo de problema dentro do colégio nem fora dele.

A morte aconteceu em dezembro de 2015 e, a partir de então a polícia iniciou as investigações. Depois de recolher os dados que achava pertinentes a polícia civil liberou o acesso à escola normalmente. A escola foi procurada por policiais civis que solicitaram a cópia de imagens das câmeras do dia do crime, porém, com receio de que outras imagens não requeridas pela polícia civil se perdessem com o tempo a escola por iniciativa própria no início do mês de janeiro de 2016 solicitou a mim que fizesse a cópia das imagens existentes para que pudessem entregar os aparelhos denominados HD (destinados ao armazenamento das imagens) para que a polícia tivesse o seu trabalho facilitado, fato este ocorrido aproximadamente 20 (vinte) dias depois do fato. Passados quase 03 (três) anos e depois que vários delegados passaram pelo inquérito, a atual delegada após requentar os mesmos dados já produzidos nos autos entendeu pela representação da minha prisão preventiva mas a juíza de direito, de forma equilibrada e consciente da gravidade dos danos em razão da injustiça cometida entendeu que não deveria determinar a minha prisão.

Conforme familiares da menina Beatriz Mota, e toda sociedade, respeito e torço para que esse fato trágico seja esclarecido e os verdadeiros culpados sejam punidos, mas não posso mais admitir que uma investigação que corre sob segredo de justiça tenha informações vazadas seletivamente, pois isso configura crime de violação de sigilo funcional.

Por fim, esclareço que adotarei as medidas legais para estancar qualquer acusação indevida, importando, inclusive, caso insistam, na responsabilidade civil, administrativa e criminal dos acusadores de plantão.”